O quintal marítimo português
Desculpa esta ingratidão e negligência de que és alvo caro
amigo.
Tanto ofereceste a nós portugueses e agora mal te falamos.
Tu que no passado nos destes a chave de meio mundo e uma riqueza inimaginável,
sentes-te agora traído e enganado.
Velho amigo, com a tua vastidão consegues tocar o horizonte
e esconder num manto azulado mais segredos do que cabem na memória.
É estranho pensar que em pleno século XVI eramos irmãos, não
de sangue, mas sim de água.
É verdade! Sem ti provavelmente não teríamos um tão glorioso
e invejável passado, que poucas civilizações tiveram a honra e audácia de
experienciar. Hoje em dia os abutres do dinheiro conspiram contra ti, tentando
manchar a tua importância e valor.
Estás num estado de constante perigo e ameaça, com iminentes
derrames de petróleo e até poluição oriunda de todo o mundo.
Infelizmente para os políticos a tua beleza e conservação
não são um tema de máxima relevância. PURA IGNORÂNCIA!!
Claro que ainda existem muitas pessoas que dependem de ti
para sobreviver, como por exemplo pequenos pescadores. Penso que esses ainda
têm uma grande afinidade por ti.
Num país onde mais de metade da costa é banhada pelos mares
e oceanos e que ainda por cima tem o turismo como uma das principais fontes de
receitas, não apostar na limpeza e manutenção dos oceanos é pura estupidez.
Nós Portugueses, filhos do mar temos uma ligação profunda a
ti. Somos constituídos por uma grande quantidade de água e do mesmo modo o
nosso país tem mais oceano que terra.
Acredito plenamente, que o futuro de Portugal encontra-se
mais uma vez no mar. Penso que investir nesse setor é o mais acertado para
crescermos como nação.
O nosso território marítimo, tem a capacidade de abastecer
todo o país com abundância. Porque não explorar este nosso grande “quintal”?
Com isto não quero dizer que ninguém valoriza o mar, mas é
observável que no geral não é valorizado como em tempos anteriores e como
merece ser.
Tiago Queirós 28/02/2018
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