Jorge Jesus, o herói brasileiro
Já algum tempo que não escrevo
para o blog, e por isso as minhas desculpas. Mas algo que não escrevo há mais
tempo é sobre desporto. E não, não vos venho falar do grande jogo que o Vizela
fez, infelizmente, mas sim sobre o homem do momento, que está a levar o Brasil
à loucura. Ele não precisa de apresentações nenhumas, e o seu nome é Jair
Bolsonaro. Estava a brincar. É mesmo o Jorge Jesus.
Se passaram o fim de semana numa
caverna, ou decidiram tirar umas férias noutro planeta podem não saber, mas o
JJ conseguiu ganhar a Taça Libertadores no sábado, pelo Flamengo. Tornou-se o
primeiro português a ganhá-la, mas claro que só poderia ser o irreverente Jorge
Jesus, que passo a passo calou a boca a muita gente, e o melhor de tudo, ganhou.
Não foi fácil, mas lá conseguiu dar a reviravolta. E no dia seguinte continuou
a calar… e a ganhar. No domingo, enquanto o Flamengo festejava a vitória da
Libertadores, conseguiu tornar-se campeão brasileiro, graças à derrota do
Palmeiras frente ao Grémio, que permitiu, então, o tal feito.
Antes de mais, os meus parabéns
(e penso que os outros membros do blog, Francisco e Joana, também devem dar) ao
Flamengo, mas sobretudo a Jorge Jesus. Sim, como português orgulhoso que sou,
ganho o sentimento ao ver um português, neste caso, a triunfar. Jorge Jesus
mostrou a 11 milhões de pessoas que não é preciso uma comunicação social
asfixiante de jogo para jogo. Muito sinceramente, não sei como realmente é a
imprensa no Brasil, mas pelo menos acho que Jesus pôde respirar de CMTVs, e
Brunos de Carvalho, e todas as outras coisas que Portugal tem, que são um
achado raro (quem me dera que nunca tivessem sido encontrados, mas ok).
Mas fugindo a estes problemas da
nossa sociedade portuguesa, louvar todo o trabalho que Jesus fez e teve de
fazer no Flamengo. Com muita a achar que Jorge Jesus não servia para o lugar de
treinador do Flamengo, apesar do seu enorme currículo competitivo, penso que estas
mesmas pessoas voltaram atrás nos seus pensamentos ao verem o treinador a levar
o seu clube para melhores lugares.
Nós, portugueses, e também muitos
europeus, conhecemos mais ou menos o estilo, quer do jogo quer mesmo do próprio
JJ, que apesar do que muita gente diz sobre o homem, ele continua sempre a
surpreender (e a fazer rir). Quase que podemos dizer que ele é um Cristiano Ronaldo,
no sentido em que quando se fala mal dele, ele dá a volta e no jogo a seguir
está a calar toda a gente.
Mas apesar de um tipo de
campeonato diferente (não tem nada a ver com muitas ligas europeias), Jesus lá
fez o seu trajeto e conseguiu o que sempre deve ter desejado: um título
internacional. Com o Benfica fez um ótimo trabalho nas competições europeias,
ao levar os encarnados muito longe na Champions e a duas finais na Liga Europa.
E quanto ao Sporting, só não teve mais sorte, porque por azar os clubes adversários
que tinha eram dos mais fortes da Europa. Mas depois de “fugir” para a Arábia
Saudita, lá encontrou nova casa no Brasil e fez o que nunca outro treinador
português tinha feito… ganhar a Libertadores. E como ganhou o campeonato
brasileiro, o treinador foi o primeiro, desde o Santos de 1963, a ganhar as
duas competições mais fortes da América do Sul (ou pelo menos uma delas).
Se há duas semanas o Francisco
escreveu um artigo em jeito de pedido de desculpas a Cristiano Ronaldo, eu
aproveito este mesmo artigo para também pedir desculpas a Jorge Jesus, pela
forma como ele foi tratado no futebol português, que de futebol já não tem
nada.
Uma vez mais, os meus parabéns a
Jorge Jesus por estas conquistas, não só do Flamengo e da sua carreira, mas sim
de todo o país, Portugal, que não merece um treinador como Jesus. Portugal tem
muito talento, e só espero que os nossos treinadores jovens de hoje ponham os
olhos em Jesus, e sintam que podem ter também algo assim no seu futuro.
Obrigado Jorge Jesus, por levar o nome
de Portugal ao estrangeiro.
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