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Será que vivemos numa Simulação? Somos uma Simulação?

Será que vivemos numa simulação? Somos uma Simulação?

Como é possível distinguir a realidade de algo que não existe? Nós próprios existimos e somos reais? O que é a realidade? Será que nós temos realmente poder sobre as nossas escolhas?

Com estas questões inicio este artigo que te fará certamente questionar a tua posição relativamente á realidade.

Quando alguém diz que possivelmente vivemos numa simulação ou até que somos mesmo uma, a reação mais comum é um riso como se tratasse de uma barbaridade sem qualquer fundamento. A verdade é que por mais estranho que possa parecer a certas pessoas, essa ideia está cada vez a ganhar mais ênfase conforme a tecnologia é desenvolvida.

Atualmente vivemos num mundo onde os computadores, dispositivos, smartphones e até carros têm mais poder de processamento (inteligência) do que alguma vez na história tiveram. Hoje uma simples tarefa pode ser concretizada instantaneamente enquanto no passado a mesma poderia levar dias ou até mesmo anos, devido ao fraco processamento e poderio tecnológico.

Por exemplo a robótica já consegue criar robôs com inteligência artificial capazes de efetuarem ações complexas e até mesmo criarem as suas próprias opiniões. Tudo isto é resultado da programação e computação informática que inclusive tem sido um setor com grande crescimento nas últimas décadas.

Os humanos já conseguem criar simulações, mas como?

Com esta capacidade crescente por parte dos computadores, os humanos já têm a capacidade de simular mundos com vida e sociedades virtuais, não acreditam? Uma prova disso são os videojogos que têm gráficos cada vez mais realistas, sendo cada vez mais difícil distinguir personagens e mundos virtuais da nossa perceção da realidade.

Se nós conseguimos criar mundos e simulações, pouco impossibilita esses próprios mundos simulados de criarem novas simulações dentro do seu universo, ou seja, se programássemos um mundo virtual onde damos ás personagens livre arbítrio nada as impossibilitaria de criarem novas simulações na sua própria realidade que é para eles real, mas não para nós. 

Imaginem que existem dois mundos ou seja duas realidades, temos o mundo primário onde é concebida e executada a simulação e o mundo secundário ou por outras palavras a simulação que é o universo que ocupamos sendo que este é para nós a única realidade.

Existem três fatores que fazem a diferença entre alguém acreditar ou não nessa simulação, sendo eles a Imersão, a Absorção e a Saturação. Para perceberem melhor estes conceitos pensem no jogo Sims, Age of Empires ou Civilizations sendo estes, exemplos de jogos que tentam recriar e imitar a realidade.

O que permite a uma simulação iludir-nos?

Até as personagens em videojogos se regem por leis ou condições que fomentam e reforçam a imersão por parte do jogador. Por exemplo, num jogo uma parede sendo que não é real nem possui uma composição atómica visível a microscópio aumenta a imersão, quando respeita as leis da física da nossa realidade. 

Uma personagem não consegue passar através de um muro pois embora o muro não exista e seja no seu núcleo apenas linhas de código (linguagem informática), ela reage da forma que é “normal” e espectável segundo a física. Para a nossa consciência se deixar imergir na simulação, as coisas não têm que ser reais, mas sim comportarem-se como se fossem.

A suposição de como algo reage ou vai acontecer é que torna possível o funcionamento da simulação. Numa simulação não é necessário que tudo exista ou seja visível para todos os indivíduos que habitam a mesma simulação, simultaneamente. Por exemplo, quando somos visitados em casa, nós não vemos as visitas a efetuarem todo o trajeto de carro, apenas quando chegam e quando partem, sendo que entre essas ações o tempo passa.

Outro exemplo mais simples desta situação é a realidade virtual, quando olhamos em frente apenas vemos o que está á frente, fazendo com que o que está atrás de nós, não esteja obrigatoriamente processado (estruturado) a não ser que olhemos para trás, forçando assim a simulação a criar esse espaço. E o mesmo acontece quando olhamos para trás, o que antes estava visível agora não está, a não ser que olhemos novamente para a frente.

Assim não é possível ter a certeza que algo existe quando não estamos a olhar diretamente para ela. Esta ideia é uma versão adaptada á tecnologia do Solipsismo, que consiste na doutrina que apenas podemos ter a certeza que a nossa mente existe realmente e que tudo á nossa volta, incluindo o nosso corpo, pode não existir fora da nossa própria mente.

Se realmente estamos dentro de uma simulação o que levaria alguém a criá-la com esta escala, detalhe e profundidade?

Nick Bostrom (professor de filosofia), propôs a primeira razão denominando-a de Simulação de Ancestrais ou Simulação do passado. De um modo simples, é uma forma de uma civilização ver a sua história e passado como uma espécie de livro de história, mas em vez de ser lido é representado pelos indivíduos simulados.

Outra razão é que podemos estar a viver num videojogo incrivelmente avançado e complexo. 

Afinal nós fazemos as nossas próprias escolhas? 

Se vivêssemos numa simulação nós seriamos os SIMS e até neste mundo virtual teríamos a possibilidade de jogar os nossos jogos de simulação nos computadores etc…

Passando-nos assim a ideia que nós próprios teríamos controlo sobre a nossas ações e decisões mesmo que não fosse verdade.

O que é a realidade? O que é real?

Com o desenvolvimento gráfico dos videojogos a distinção entre virtualidade e realidade transforma-se cada vez mais em algo complexo, mas não há qualquer necessidade que os gráficos sejam perfeitos para nos convencer da veracidade de uma simulação.

No caso dos óculos de realidade virtual, sabemos que o que estamos a observar não é real, mas mesmo assim, os óculos têm a capacidade de iludir os nossos sentidos fazendo-os acreditar que é.

A vida que estamos a viver neste momento parece real para nós próprios, porque é unicamente a realidade que conhecemos, mas para os programadores desta simulação    (o nosso mundo) a realidade pode ser completamente diferente.

A alegoria da caverna de Platão pode ajudar a compreender esta situação, pois afirma que se dois individuos estivessem presos numa gruta, desde que nasceram com apenas a possibilidade de olhar para uma parede com uma fogueira que nunca viram atrás deles, projetando sombras na parede, os mesmos interpretariam as sombras como a realidade pois foi a única coisa que sempre viram. Tendo em conta que nunca tiveram qualquer interação com outro humano ou ser, não teriam qualquer compreensão do mundo exterior fazendo com que se um dos prisioneiros escapasse voltasse novamente para a segurança da caverna (a sua realidade), pois estaria extremamente assustado com todo o ambiente exterior.

Tal como os prisioneiros nós acreditamos que o que vemos é a realidade, mas concluir se é real ou simulado é muito mais desafiador, pois quaisquer provas que pareçam mostrar que isto é simulado podem também ser simuladas, deixando-nos numa incerteza eterna.

Face a esta informação é importante mencionar que não se aplica á hipótese de estarmos num mundo virtual pois nesse cenário seriamos jogadores num jogo e haveria uma versão de carne e osso a controlar-nos no mundo primário. Mas aplica-se sim, á ideia de que estamos num mundo simulado, ou seja, não somos jogadores nem utilizadores, nós próprios somos simulações.

Nós próprios não existimos…tudo o que pensamos, recordamos e fazemos acaba no final por não ser real. Eu que estou a escrever este artigo posso não existir e nem sequer saber. Tu que estás a ler isto podes estar a ler algo que não existe, tu podes ser uma simulação no interior de um computador.

TUDO O QUE CONHECEMOS E GARANTIMOS SER REAL PODE NÃO PASSAR DE UMAS LINHAS DE CÓDIGO INFORMÁTICO, PORQUE COMO JÁ DISSE NÃO É POR ALGO PARECER REAL QUE É REAL.

Este tema vai para sempre fascinar-me.                                                                                             
Por mais que pensemos, suponhamos e questionemos a realidade, será que iremos alguma vez saber a verdade?...


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Tiago Queirós                09/02/2018   

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