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Mundial 2018 | Fase de Grupos

Mundial 2018 | Fase de Grupos

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Logótipo oficial do Mundial da Rússia 2018

Considerada por muitos a fase mais difícil de uma competição, a fase de grupos demonstra que se uma equipa escorregar pode sentenciar a sua continuidade numa competição deste género, neste caso, no Mundial da Rússia de 2018. E isso acabou por acontecer a algumas seleções, que se dizia que passariam aos “oitavos”.

Com cerca de 48 jogos, 39 vitórias e 9 empates, no total, a fase de grupos deste Mundial foi um tanto quanto louca, relativamente a alguns jogos dos “tubarões” do Mundial. Com inúmeras surpresas, as equipas que passaram à próxima fase começarão a defrontar-se a partir de amanhã, sábado, dia 30 de junho, mas para lá chegarem tiveram de batalhar e de suar um pouco para poderem ter um lugar numa fase mais próxima da final.


Assim sendo, vou, de seguida, falar um pouco sobre cada grupo:

Grupo A: não era um grupo que tivesse os chamados “tubarões”, e não foi surpresa nenhuma ver que seria o Uruguai e a Rússia, quem passaria à próxima fase. Muito por causa dos seus adversários (Arábia Saudita e Egito). Apesar da Rússia ter goleado os ditos fracos, falhou com o Uruguai, permitindo que este fizesse os 9 pontos, ficando no primeiro lugar. Mas se acha que a equipa sul-americana brilhou nesta fase de grupos, engana-se. Esta também não surpreendeu no seu futebol. Assustou muitas vezes os seus adeptos nos jogos contra o Egito e a Arábia Saudita, mas pelo menos não escorregou nos finais dos jogos, como outras seleções. Agora, o Uruguai e a Rússia terão uma oportunidade de estar mais perto da final, só que os adversários não vão ser nada fáceis para chegar aos “quartos”.

Grupo B: mais um grupo que não surpreendeu, relativamente às seleções que passaram aos oitavos. Portugal e Espanha eram as favoritas, comparando com Marrocos e Irão, no entanto, e tirando o primeiro jogo que teve frente a frente os países da Península Ibérica, o grupo não teve jogos de encher a vista, pelo menos por parte de Espanha e Portugal. Estas duas seleções jogaram muito bem uma contra a outra, mas quando Marrocos e Irão entraram em campo, as seleções peninsulares demonstraram muita dificuldade em jogar contra as mais “fracas”. Um grupo que fica marcado pelas constantes “queixas”, por parte do Irão, contra os seus adversários. Espanha e Portugal terão agora de defrontar os 2 primeiros do grupo A, um cada um, e ganharem, se quiserem chegar aos quartos-de-final. E quem sabe se o próximo Campeão do Mundo não será uma destas seleções.

Grupo C: mais do mesmo. Quando se esperava que a França enchesse os “bolsos” com golos e vitórias de dizer até mais não, foi exatamente o contrário. Mas a “culpa” disso ter acontecido foi das seleções que defrontaram a França, batendo muitíssimo bem contra o colosso europeu. Passa, assim, e como era de esperar, em primeiro, mas com uma dúvida se esta França pode fazer e ter o brilho da França de 1998. O segundo classificado foi a Dinamarca. Neste lugar, devo dizer, havia a dúvida se passaria ou o Perú ou a Dinamarca, e apesar de estar tudo à espera que fosse o Perú, a Dinamarca enganou tudo e todos e carimbou, até agora, um lugar nos “oitavos”. Mas devo ser sincero com o leitor, e dizer que gostava que tivesse passado a Austrália. E o porquê desta preferência, foi o facto de a seleção da Oceânia ter demonstrado um jogo com garra, ao nível das grandes seleções. No entanto, é no nível de jogadores que a seleção falha, permitindo que não demonstre muito mais, tendo esta ficado no último lugar, com 1 ponto. Ficam assim, França e Dinamarca, as duas melhores seleções do grupo C do ano de 2018, mais perto do sonho de ser Campeão Mundial.

Grupo D: aqui sim, houveram algumas surpresas, e foi sofrer até ao fim, para saber quem passava. Apesar das favoritas deste grupo terem sido a Argentina e a Croácia, e foram as que passaram, a seleção sul-americana podia ter ido no dia 27 de junho para casa, se não fosse um golo milagroso a safar a sua passagem. A Croácia, por qualquer competição que esteja, mostra sempre bom futebol, e quando tem adversários onde é possível passar, esta aproveita. Não é à toa que a Croácia fez o pleno e ganhou os três jogos da fase de grupos. A Argentina não me surpreendeu muito. Veio com o futebol que mostrou na fase de qualificação, e por muito engraçado que pareça, a Argentina carimbou a sua passagem no último jogo (tal como tinha acontecido na fase de qualificação). A Islândia ainda tentou surpreender, como fez no Euro 2016, mas encontrou adversários experientes nestas andanças e não foi além de 1 ponto (conquistado frente à Argentina). A Nigéria, outra das seleções que gostava que tivesse passado, surpreendeu-me bastante pelos jogos que fez frente à Islândia e à Argentina. Fica para a história deste Mundial os seus 3 pontos, e a passagem da Croácia e da Argentina, para defrontarem, cada um o seu adversário, os dois primeiros do grupo C.

Grupo E: em relação ao primeiro lugar não há surpresa nenhuma. O Brasil, o favorito do grupo, passou em primeiro lugar. Se eu acho que passou com distinção? Não o acho, mas que foi a melhor do grupo, foi. Depois, sim. O segundo lugar que iria ser disputado por três seleções semelhantes (Suíça, Sérvia e Costa Rica). Das três, a que me surpreendeu mais foi a Costa Rica, só que pela negativa. Fez apenas 1 ponto, no último jogo, contra a Suíça, e não mostrou um futebol bonito, apesar das suas inúmeras estrelas. Quanto ao segundo classificado, penso que a Suíça fez um bom trabalho para chegar ao segundo posto, e consequente passagem aos “oitavos”. Quanto à Sérvia, também foi uma das outras seleções deste grupo, a par da Costa Rica, que deixou ficar muito a desejar, mas não tanto como a Costa Rica. Agora, Brasil e Suíça medirão forças contra os dois primeiros do grupo F, para os oitavos-de-final, cada um, claro, com o seu adversário.

Grupo F: aqui sim, há uma seleção que não pode fugir à crítica dos seus adeptos, muito em causa pelo que fez e jogou nesta fase de grupos. Mas sobre esse assunto já lá vamos. Primeiro, vou começar pela Suécia e pelo México, as seleções que passaram. Talvez a seleção que mais equilibrada esteve neste grupo, a Suécia escorregou apenas contra a Alemanha, mas foi só em resultado, porque em nível de futebol foi a melhor do grupo, daí ter passado em primeiro. O México surpreendeu logo no primeiro jogo contra a Alemanha, ao vencer esta por 1-0, mas não mostrou ser a melhor do grupo. Deu muitas dúvidas aos seus adeptos e fez tremer de medo os seus cidadãos, quando a passagem ainda não estava arrumada, quando perdeu por 3-0 frente à Suécia. A Coreia do Sul, a mais fraca do grupo, não tremeu contra uma frágil Alemanha, e apesar da eliminação, os seus adeptos puderam vibrar de alegria, pelo menos uma vez, por estes terem derrotado a poderosa e Campeã do Mundo em título, a Alemanha. E como eu disse, a seleção que não pode fugir às críticas dos seus adeptos é, sim, a Alemanha. Uma campanha vergonhosa feita pela Campeã em título, fez com que a maldição das seleções campeãs dos Mundiais não passem a fase de grupos no Mundial a seguir. O mais preocupante não foi ter perdido com o México, mas sim com a Coreia do Sul, seleção posicionada no 57º lugar do ranking da FIFA. É certo que daqui para a frente muito vai ter que mudar nesta Alemanha. Agora, Suécia e México vão medir forças com as equipas vencedoras do grupo E, cada uma com o seu jogo, e tentar, a todo o custo, passar em cada fase.

Grupo G: não era um grupo muito difícil para os “tubarões” europeus. A Bélgica e a Inglaterra fizeram o seu trabalho contra as mais “fracas”, Tunísia e, o estreante, Panamá, e só no jogo decisivo, entre elas, é que se viu quem ficou em primeiro. A Bélgica soube aproveitar as fragilidades da Inglaterra, e apesar dos inúmeros jogadores de qualidade da Inglaterra, esta não conseguiu desbloquear o marcador, nem reverter a derrota por 1-0 frente à Bélgica. A Tunísia e o Panamá limitaram-se a ver as seleções europeias a jogarem e a ganharem. Apenas destacar o primeiro jogo da Tunísia contra a Inglaterra, em que a seleção africana quase que podia ter feito estragos nesse jogo, o problema é que apanhou um “gigante” e não teve pernas para mais, acabando por perder esse jogo. Apesar de estreante, o Panamá também deixou a sua marca na história dos Mundiais, e contra a Tunísia até poderia ter feito um brilharete, mas aquele ainda não era o dia do Panamá. Bélgica e Inglaterra, duas seleções habituais nestas fases dos Mundiais, vão agora medir forças com outras seleções, elas também fortes, para passarem aos “quartos”.

Grupo H: o grupo mais fácil, e mais equilibrado. Também, neste, não houve surpresa alguma. Colômbia mostrou-se como melhor, mas também ainda sofreu para chegar lá. Já o Japão, poderia ter regressado a casa mais cedo, e o que fez no final do jogo com a Polónia, apesar de não ser ilegal, não é o mais correto a fazer. Ficam para trás Senegal, que esteve ali taco-a-taco com o Japão, e era a seleção que eu gostava que tivesse passado neste grupo, e a Polónia, que ganhou por 1-0, somando os três pontos apenas no último jogo. Ficam agora à espera, Colômbia e Japão, à espera dos jogos contra as seleções do grupo G, para ver quais é que vão passar aos “quartos”, e ficar, assim, mais perto da final.


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Grupos do Mundial da Rússia 2018

Passada a fase de grupos, e estando já escolhidas as seleções apuradas para os oitavos-de-final, os jogos que se avizinham, já a partir de amanhã, sábado, dia 30 de junho, não serão nada fáceis. No entanto, só quem conseguir ser o mais forte e perspicaz contra cada um dos seus adversários é que vai ganhar.


Jogos do Oitavos-de-Final
França-Argentina (30 de junho, às 15h, em Kazan)
Uruguai-Portugal (30 de junho, às 19h, em Sochi)
Espanha-Rússia (1 de julho, às 15h, em Moscovo, no Estádio Luzhniki)
Croácia-Dinamarca (1 de julho, às 19h, em Nizhny Novgorod)
Brasil-México (2 de julho, às 15h, em Samara)
Bélgica-Japão (2 de julho, às 19, em Rostov-On-Don)
Suécia-Suíça (3 de julho, às 15h, em São Petersburgo)
Colômbia-Inglaterra (3 de julho, às 19h, em Moscovo, no Estádio Spartak)


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Jogos dos oitavos-de-final do Mundial da Rússia 2018

Estando feita a minha análise da fase de grupos do Mundial da Rússia 2018, despeço-me com a tristeza de não termos a final México-Portugal, como os Simpsons previram. Mas, como português orgulhoso que sou, Portugal vai chegar à final, e Fernando Santos só volta para Portugal no dia 16 de julho, e com a Taça.



André Ferreira                                  29/06/2018

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