O PROBLEMA DOS SISTEMAS EDUCACIONAIS ATUAIS
Após ver o filme, O Clube dos
Poetas Mortos ou Dead Poets Society em Inglês, senti-me motivado a escrever um
artigo sobre um tópico que não é muito discutido face à sua vertente mais abstrata.
Esta brilhante produção
cinematográfica americana de 1989, gira em torno da ideia que devemos pensar
pelas nossas próprias cabeças, em vez de fazermos apenas o que estamos “programados”
para fazer, ou seja, reforça que não devemos aceitar quaisquer informações,
opiniões ou ordens recebidas, sem qualquer contestação ou análise e crítica
pessoal.
Outra vertente desenvolvida no
filme, retrata a força da criatividade e o facto pela qual a mesma, nunca deve
ser isolada, limitada ou proibida. Este filme transmite como nenhum outro que
tenha visto, a importância de nos elevarmos a nós próprios, de sermos curiosos,
imaginativos, mas acima de tudo críticos.
Analisarei este tema em torno de diversos
ângulos, todos relacionados entre si.
Como é que a escola destrói a criatividade dos alunos?
A escola ajuda a cessar a criatividade,
pois condena os erros, mas a verdade é que se não estivermos dispostos a errar
nunca conseguiremos criar algo inovador e original. Basta olhar para os grandes
inventores, cientistas, físicos etc. Para percebermos este conceito, pois se
desistissem com o a primeira falha, nunca revolucionariam o mundo. A palavra
chave é perseverança.
Quando as crianças chegam à
idade adulta, a grande maioria já perdeu a capacidade de arriscar sem ter medo de
errar, pois foram filtradas ao longo da vida, pelo sistema usado nas escolas.
A maioria dos sistemas educacionais,
consideram os erros horríveis e bastante negativos, quando deviam de ser
considerados como um passo na busca da verdade, da inovação e por fim, do que
está e é correto. Os professores focam-se no ato de testar os conhecimentos dos
alunos de um modo excessivo e violento. Não existe necessidade de termos
avaliações e frequências tão padronizadas, isso apenas comprova o teor negativo
associado ao erro e por outro lado acaba apenas por prejudicar o aluno,
levando-o a perder a curiosidade.
A educação desde sempre, que tem
vindo a educar as pessoas sem atender aos talentos ou capacidades criativas
individuais dos alunos, tratando-os todos como se fossem iguais, o que não
podia estar mais errado. O mundo faz com que aos poucos as pessoas percam, ou
por outras palavras sejam educadas a perder o seu lado mais criativo.
O que influência este
acontecimento, é o facto de a nível mundial existirem as mesmas hierarquias de disciplinas
e áreas de estudo, em quase todo o lado, mantendo no topo matemáticas e línguas,
seguida das humanidades e por último na base, as artes.
Também dentro das artes existe uma
hierarquia, sendo que a música é considerada mais relevante na maioria das
vezes, do que o teatro e dança.
Porque não existe nenhum sistema educacional que ponha as artes aos
mesmo nível que as matemáticas ou línguas?
Uma resposta é porque os primeiros
sistemas educacionais públicos, surgiram apenas a partir do século XIX, ou seja,
na era da revolução industrial. Logo as disciplinas prioritárias, eram as aquelas
consideradas mais úteis para o trabalho.
Os sistemas educativos assentam
na ideia de desenvolver virtudes académicas, ou seja, de preparar os alunos
para as universidades, o que justifica de certo modo o porquê das artes não serem
olhadas com os mesmos olhos que matemática etc… Consequentemente quando os
alunos criativos não têm sucesso escolar nas matérias e disciplinas lecionadas,
ficam com a ideia que não são criativos nem talentosos.
Pois a névoa das áreas
académicas mais estudadas, omite o verdadeiro talento de cada indivíduo.
O Problema da Cultura de Submissão!
A cultura de submissão pode ser
definida pelo facto de professores e alunos seguirem metodologias padronizadas
ou por outras palavras ou técnicas rotineiras, ou seja, o facto de se guiarem quase
sempre, por regras anteriormente definidas e partilhadas por membros da mesma
sociedade.
Limitando-se a seguir o “guião” e
não criticar ou contestar. Tendo em conta que o modo como as escolas funcionam
ainda pouco se alterou desde as primeiras escolas séculos atrás, pode-se por este
motivo dizer que seguir essas “regras” arcaicas podem ser um entrave ao desenvolvimento
e inovação da educação e curiosidade.
A educação atualmente pode ser
considerada como uma espécie de indústria cujo objetivo é informar de uma maneira
igual, e homogeneizada, tratando todos os alunos como seres iguais sem valores,
gostos ou personalidades diferentes, acabando por resultar numa “programação em
massa”, dos alunos. Para a educação, os alunos são considerados robôs!
A educação não pode ser considerada
um sistema mecânico, mas sim um sistema humano, que deveria de ser adaptativo a
cada um que frequentasse as instituições escolares, quer fossem de ensino básico,
quer fossem de ensino superior.
Uma medida para lutar contra o abandono
escolar, é relativamente simples, adaptar as escolas aos alunos e aos seus
interesses, em vez de serem apenas os alunos a serem forçados a adaptar-se ás
escolas e sistemas.
Um exemplo da “programação em massa”
referida em cima, é a conhecida música da Banda PinkFloyd, intitulada por Another
Brick In The Wall. Ao ouvir a música e ver o videoclipe oficial, vê-se que é
uma crítica à educação e padronização dos métodos de ensino. Peço aos leitores
que vejam o videoclipe na sua totalidade, e observarão as similaridades com o
tema em causa.
PinkFloyd-Another Brick In The Wall
Penso que neste artigo expressei
e ajudei a simplificar a perceção destes problemas. A criatividade nunca
deveria de ser filtrada pela educação, pois é algo que todas as pessoas têm,
logo a educação tem que se moldar nos alunos e não apenas no contrário, pois o
que atualmente está a acontecer, não valoriza nem respeita, as habilidades individuais.
Infelizmente este problema já tem
origem no passado distante, mas o facto de se prolongar até aos dias de hoje é
sinal que algo não está bem. Se queremos ser pintores, a sociedade devia de nos
incentivar e não desmoralizar, a sociedade não devia de destruir sonhos. É por
causa deste problema, que muitas pessoas vivem vidas desinteressantes e sentem-se
vazias, deprimidas desmotivadas, pois não fazem o que amam, nem o que nasceram
para fazer.
A partir do momento que nascemos,
a sociedade começa imediatamente a tentar moldar-nos, mas a nós cabe o papel de
evitar que isso aconteça, e que continuemos genuínos e felizes.
Temos
que erguer as cabeças, temos que lutar contra quem condena a criatividade,
temos que pensar por nós!
Tiago Queirós 30/09/2018
Primeira vez que venho ao teu site e estás de parabéns. Aos anos que digo isto, mas nunca vi ninguém escrever algo com a mesma ideia que eu.
ResponderEliminarO sistema não está feito para os criativos e os "crânios" o sistema igualiza as pessoas, quando ninguém é igual, nem todos temos de ser médicos...
Muito bom, aliás TOP
www.mygentlemanside.com
Em nome de todos os membros do Blog, eu Tiago Queirós, agradeço muitíssimo o seu comentário, e reforço que ficamos felizes quando temos feedback dos nossos leitores.
EliminarApelo atentamente que caso esteja interessado em não perder as nossas publicações, siga o nosso blog e deixe um gosto na nossa página do Facebook. Obrigado!!
Já vi esse filme e gostei muito do que vi , e fala exatamente o mesmo que abordas neste post, é um filme antigo mas muito atual. tenho a mesma opinião neste sistema apresse que só existe lugar para os "inteligentes a nível intelectual" não existe lugar para os que tem um mundo infinito de criatividade. Não somos perfeitos e ainda bem, são a diferenças que nos tornam únicos...
ResponderEliminarOs Politicamente Incorretos, agradecem todo o tempo despendido na leitura dos nossos artigos. Os comentários dos leitores, motivam-nos a escrever ainda mais!
EliminarPara nos ajudar a crescer, e não perder nenhuma publicação, aconselhamos a deixarem gosto na nossa página do Facebook, ou Subscreverem o Blog. Muito Obrigado , novos e atuais artigos chegarão no futuro :) !
Já vi o filme e adorei.
ResponderEliminarEstá excelente o teu post. Excelente análise.
Os Piruças
https://os-pirucas.blogspot.com/
Agradeço, eu, Tiago Queirós, o seu comentário, não só em meu nome pessoal, como, também, em nome de todos os elementos do Blog. E para mais conteúdo, pode subscrever o nosso Blog ou deixar o seu gosto na nossa página de Facebook. Obrigado.
EliminarInfelizmente o sistema quer cada "macaco no seu galho", é mais fácil controlar as pessoas assim. Cabe-nos sair desta norma e educar as próximas gerações o melhor que podermos. Eu sempre fui incentivada a desenhar, criar, cantar, escrever, passear, fazer desporto, etc... Sem restrições e é por isso que hoje consigo ter a criatividade que tenho.
ResponderEliminarBeijinhos,
Yellow Rain
Agradeço, antes de tudo, o facto de se ter disponibilizado a ler e a comentar este artigo. De facto, esta sociedade precisa de muitas "reformas". Para mais conteúdo como este, ou outro, pode subscrever o nosso Blog e deixar o seu gosto na nossa página de Facebook, para ficar a par de tudo. Obrigado.
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