Avançar para o conteúdo principal

Frozen 2: o continuar de um legado

Frozen 2: o continuar de um legado

O segundo capítulo, da animação baseada no livro a Rainha da Neve escrito pelo autor dinamarquês Hans Christian Andersen (que aliás entra numa  das piadas do filme), chegou aos cinemas e tal como o seu antecessor, veio já estabelecer recordes, sendo a maior estreia, de uma animação em bilhetaria, e deverá consolidar ainda mais esta posição, tendo em conta que ainda não estreou em alguns países, por exemplo o Brasil, onde só chega a 1 de janeiro de 2020.

Mas bem, hoje não vou falar dos resultados económicos, mas sim, da minha opinião sobre o filme, por isso aqui vamos:

Atenção esta análise estará livre de spoilers. <E> será relativa à versão em português do filme.

Mas antes de passar à análise é importante fazer a sinopse do filme: Anna, Elsa, Kristoff, Olaf and Sven, deixam Arandelle e partem para uma floresta mágica milenar, onde tentam encontrar a resposta para o porquê dos poderes de Elsa.

Agora passando à animação, ao contrário do que acontece no primeiro filme, este acontece em pleno outono escandinavo. Aproveitando esta diferença tenho de dar uma palavra, ao trabalho gráfica e de animação, basicamente a imagem do filme.
Esta está perfeita, provando que a decisão de levar a equipa de animação à Noruega para ter contacto com o outono local foi acertada, por mais incrível que pareça esta animação deixa a primeira e grande parte das atuais a um canto, cada momento é pensado ao mais ínfimo pormenor, as cores e formas são trabalhadas até estarem perfeita, numa palavra o filme está belíssimo.

Agora, passando à estória em si, Frozen 2- O Reino do Gelo, mostra-se bem diferente da original, isto porquê, enquanto a primeira se foca mais na luta de Elsa e de Anna contra o facto de Elsa ser vista como um demónio quer ela população quer por ela própria. E também tem um pendor ligeiramente mais infantil.

 O capítulo mais recente, é mais uma jornada de autodescoberta das duas protagonistas e a sua busca por respostas às questões que mais as atormentam, como por exemplo de onde surgiram os poderes de Elsa, ou qual é que é a verdadeira missão delas perante o povo de Arandelle e claro que tem a tradicional discussão sobre o que é o amor, só que feito de forma diferente do habitual,ora sendo discreta ora sendo discutida diretamente, mas para isso usa um personagem que poderia claramente dizer isso, sendo que este tem um pendor ligeiramente mais maduro.

Os personagens também evoluíram, tornando-se mais maduros e com uma maior profundidade emocional:

Elsa: detentora de uma magia muito poderosa, mostra-se ainda muito introspetiva, sem dúvida que ainda tem muitas questões interiores para responder, apesar de já não se sentir um monstro.

Anna: apesar de mais adulta, continua com a sua boa disposição e a ser sempre fiel à sua irmã, embora se mostre bem mais forte que no primeiro filme.

Olaf: sempre simpático boneco de novo, está como sempre super divertido, mas mostra-se mais adulto, sendo também o alivio cómico do filme

Kristoff: O grande amor de Anna, ou melhor dizendo Anna é o seu grande amor, continua como uma personagem secundária, mas com menos importância para a estória, muito por culpa do seu desenvolvimento emocional.

Sven: a carismática rena continua igual à do primeiro filme, sendo muito importante para o apoio cómico do filme.

Mas apesar de tudo o que eu disse em cima, o filme consegue manter-se fiel ao primeiro respeitando as regras que este criou para este universo e também respeitar os avanções que o primeiro fez com o publico.

Mas acima de tudo respeita, aquilo que mais tornou o primeiro filme diferente, que para além da sua qualidade e individualidade, foi o facto de fugir da habitual formula de princesas Disney, ou seja, ao contrário do que é habitual, ou seja em Frozen as princesas Elsa e Anna, não precisam de um príncipe para fazerem aquilo que precisam de fazer, elas têm um valor e capacidades para o fazer independentemente  quando estas não são suficientes, Anna e Elsa juntam-se e cumprem a missão. Deixando o príncipe relegado para um segundo plano de importância.

Resumindo eu acho este filme prova mais uma vez, qual é que é o futuro que a Disney vê para o seu estilo de princesas. E prova que Frozen já pode ser considerado um clássico da empresa do Rato Mickey, devido a sua enorme qualidade e ao carinho que já conquistou o publico.

Por fim Frozen 2 deixa o caminho aberto para uma continuação que se espera que apareça o mais rápido  possível, pois apesar de este filme ter respondido a perguntas levantadas pelo primeiro, e ser uma estória concluída em si, deixou também outras perguntas no ar, que eu gostava de ver respondidas o quanto antes.


Francisco Gomes                            28/11/2019

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Hora do mata-mata

A Hora do mata-mata Terminou esta semana a fase de grupos da Liga dos Campeões, uma das competições mais apaixonantes do desporto-rei. Para o futebol português foi uma fase positiva no sentido do futebol praticado, mas claramente negativa no apuramento e nos pontos conquistados. Fico muito satisfeito e dou parabéns ao FC Porto por ter sido a única equipa portuguesa que cumpriu a sua missão de passar aos oitavos de final da liga milionária, numa fase de grupos em que fez dois resultados absolutamente notáveis com o AS Mónaco e um com o Leipzig em casa e também jogos em que francamente cometeu erros e a equipa poderia ter feito mais, fora com os alemães e sobretudo nos dois confrontos com o Besiktas, mas no fim e com persistência: Objetivo cumprido. Porém há que admitir que terá de haver muita sorte para os dragões chegarem aos últimos oito emblemas a disputarem a competição, porque os possíveis adversários para a equipa de Sérgio Conceição são: Manchester United, PSG, Roma, ...

A Polícia do Politicamente Incorreto ( censura )

A polícia do politicamente correto (CENSURA) Olá a todos! É um privilégio ser o primeiro a escrever para este espaço. Agora vamos ao que verdadeiramente interessa. Esta nova modalidade que por aí anda, que pretende fazer com que todos tenhamos a mesma opinião sobre pena de incorrermos nesse horrível crime que é ter uma opinião própria. Caso alguém tenha a ousadia de se aventurar por esse caminho, é acusado de ser politicamente incorreto e o castigo para estes criminosos é um ataque acéfalo feito por todos os lados, ataques esses que vão desde: um simples “Cala-te pá” passando por insultos até culminarem, nessa coisa muito civilizada que são as ameaças de morte. Pois bem, mas quem faz parte dessa polícia são os “justice warriors” ou guerreiros da justiça. Que usam como seu quartel general/campo de batalha os espaços de comentário dessas redes sociais ou dos jornais. Estes “polícias” entendem por bem apenas quem diz aquilo que lhes parece bem usando um...

A Palavra

A Palavra Antes de começar, deixem-me dizer-vos que estou a escrever este texto não porque aconteceu algo de importante que me tenha levado a escrever este artigo, mas sim porque cada vez mais noto a forma como é que a palavra (ou neste caso a falta dela) estão a influenciar tudo e todos. Para não começar já a disparar para todos os lados, e como todos devem perceber (alguns lembrar-se) antigamente a palavra era tudo. Era o que ditava o que iria acontecer (num determinado produto, ou num negócio, ou até mesmo numa simples confissão). Não sei a razão certa para isso acontecer, mas como não havia algo mais a que as pessoas se pudessem agarrar caso alguma coisa corresse mal, as pessoas acreditavam na palavra. Hoje, isso é algo que já não existe. Os “negócios” são feitos já com dinheiro, as confissões quase que não interessam (e aqui não me refiro só às da Igreja). A palavra já não conta para nada. As promessas são outra coisa que já não interessam. Uma pessoa hoje diz uma coi...

Maria Vieira: Grunhisse ou Liberdade de Expressão?

Maria Vieira: Grunhisse ou Liberdade de Expressão? Bem, eu tentei manter-me afastado do tema Maria Vieira durante muito tempo, não por medo ou qualquer coisa que se pareça, mas sim porque não queria perder o meu tempo com quem não merecia, mas a Silly Season que atravessamos atirou-me este tema para a frente dos olhos e não há como escapar. Atenção ela não disse nada ultimamente de muito polémico apenas calhou em sorte, ou melhor, azar, pelo menos para mim, que fui obrigado a ler quilómetros de disenteria escrita que esta senhora alegadamente (já explico o uso desta palavra) publica no seu Facebook. Mas antes de irmos ao tema do texto propriamente dito, vou explicar-vos quem é Maria Vieira. Ela é uma atriz, comediante portuguesa, ficou famosa pelos seus papeis ao lado de Herman José nos programas deste, mas também pela hilariante dupla com Ana Bola. Sendo carinhosamente apelida de “Parrachita”. Tem ultimamente trabalhado em novelas brasileiras. “Quais?” perguntam vocês...

Tecnologias: o Flagelo da Humanidade

Tecnologias: o Flagelo da Humanidade  Vivemos num mundo onde as novas tecnologias controlam (quase) por completo as nossas vidas. Este texto é uma espécie de chamada de atenção para um problema, se assim lhe quiserem chamar, que está a afetar-nos a todos.  A verdade é que diariamente consumimos, e deixamo-nos ser consumidos, pelos aparelhos tecnológicos que nos rodeiam. Smartphones, tablets, computadores e afins. Parece que já não conseguimos fazer nada sem eles. Se não tivermos acesso à internet por meia hora que seja, parece que a nossa vida acaba. Deixamos de estar a par de todas as novidades, de falar com quem queremos, de aceder às redes sociais. No meio de tudo isto, parece que nos esquecemos do essencial: a comunicação não virtual, chamemos-lhe assim. A capacidade de nos desligarmos de todas as tecnologias e tomar atenção à realidade. Comunicar com os pares, observar, ouvir, sentir. Falo por mim, olho à minha volta e vejo que há escassez de tudo isso. Eu próp...