Avançar para o conteúdo principal

Tradição ou Tortura?


 Tradição ou Tortura?
Resultado de imagem para tourada
Imagem representativa das Touradas.

Neste artigo venho falar sobre um tema que está constantemente a ganhar foco nos meios de comunicação social e a ser esquecido, com a mesma facilidade. Venho aqui dar a minha opinião relativamente ao assunto das touradas.

O que são as touradas? Serão um evento de entretenimento culturalmente enriquecedor destinado ás elites, ou um acontecimento cruel, desumano, ignorante e sanguinário? 

Esta questão fica à interpretação de cada um, mas na minha opinião, acho as touradas como algo vergonhoso nos tempos que correm. Numa atualidade onde se fala incansavelmente da proteção dos animais e da preservação dos mesmos, assim como a iniciativa e aplicação de medidas legislativas, em prol da defesa dos mais variados seres, considero escandaloso o facto de permitirem que esta “atividade” ainda seja praticada, não só em Portugal como noutros países com hábitos semelhantes.

Quando alguém é questionado sobre este tema da tauromaquia, ou a também chamada, corrida de touros, independentemente de ser apoiante ou não, vai invocar quase instantaneamente aquelas justificações clichê ou desculpas, que a meu ver não justificam nada, nem aliviam o peso da questão.

Estas desculpas, são as afirmações típicas que reforçam que as touradas fazem parte da cultura, da tradição entre outras. Tendo em conta o passado, o facto de algo ser culturalmente aceite não valida as situações, pois se fôssemos por essa premissa, teríamos que considerar por exemplo o racismo como algo normal, ou até por exemplo as discrepâncias entre sexos, que durante um longo período em anos anteriores não eram vistos como problemas, ou assuntos controversos.

Outro aspeto que me revolta, são as transmissões das touradas na televisão pública (e não só), mas infelizmente isto é outra prova que a ganância e o desejo insaciável de obter dinheiro, por organizações ou indivíduos privados, superam os sentimentos e atitudes de tolerância e de respeito pelos animais. O humano está habituado desde sempre a pisar tudo e todos, para alcançar o que pretende, sem se lembrar que mais tarde ou mais cedo, as consequências dos seus atos, vão cair sobre si.

Aos poucos, algumas medidas protecionistas da vida dos animais vão sendo aprovadas no parlamento, sendo implementadas. Algo que me transmite alguma esperança para o futuro deste assunto. Acredito seriamente que as touradas poderiam ser eliminadas com uma simples lei ou outra, obviamente iria ser um processo gradual, mas seria possível. Esta “eliminação”, não impinge obrigatoriamente o fim destes acontecimentos/eventos, mas poria fim ao sofrimento destes animais, que são torturados em público.

Digo isto pois em diversos locais, já foram mudadas as práticas das tradições e adaptadas para jogos mais saudáveis e humanos, como por exemplo a substituição dos touros, nas largadas de touros, por pessoas com fatos alusivos ao animal. Esta mudança não só é mais positiva, como fomenta a participação dos mais novos nas tradições, devido à maior segurança.

As mudanças de mentalidades sentidas atualmente, relativamente à valorização dos animais, fazem com que temas como este, fomentem grandes debates. Apelo à pessoas com o poder político, que lutem pelo fim da tortura e maus tratos consequentes desta “tradição” desumana, pois a união das pessoas consegue mudar as realidades.

Tiago Queirós       21/11/2018

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A Origem do Dia das Bruxas | Halloween

A Origem do Dia das Bruxas | Halloween A tradição do Halloween ou Dia das Bruxas, capta a atenção de cada vez mais praticantes, estando a crescer e a ser adotada por países um bocado por todo o mundo. Este dia é interpretado como assustador e misterioso por uns e divertido e entusiasmante por outros, mas afinal de contas, qual é a sua origem? Qual a origem do Halloween? O termo Halloween, teve a sua origem marcada no século XVII, e é uma abreviatura de raízes escocesas, das palavras “All Hallows´Eve”, que significa “Noite de todos os Santos”. A sua comemoração, tem descendência, de uma antiga celebração praticada pelo povo celta, que habitava toda a Europa há cerca de 2000 anos.  Esta celebração, denominava-se por Samhain, e simbolizava o fim do Verão, e o início do novo ano celta, no dia 1 de novembro. Os celtas olhavam esse espaço entre os anos, como um tempo mágico. Tradição ligada aos mortos? Nesse tempo mágico (dia 31 de outubro), acreditava-se que

Quando não existe eficácia, mais nada pode ajudar

Quando não existe eficácia, mais nada pode ajudar Maus resultados trazem infelicidade ao plantel encarnado Apesar da vitória, no último jogo frente ao CD Tondela, por 1-3, os adeptos ainda não esqueceram o pior momento do clube, que em 4 jogos perdeu 3. E este mau momento do Benfica pode ser explicado pela falta de eficácia demonstrada pelos jogadores encarnados. Mas para chegarmos ao ponto atual do clube da Luz, temos de remontar até à data onde Jonas se lesionou, no final da época passada. Tudo se dá no dia 7 de abril, quando o Benfica ia jogar, em Setúbal, contra o Vitória FC. Foi neste dia que Jonas se lesionou tendo sido substituído, daí para a frente por Jiménez. Dessa jornada para a frente, só as derrotas que desapontaram muitos adeptos (a primeira frente ao FC Porto, que perdeu por 0-1, e a segunda frente ao CD Tondela, esta derrota por 2-3, ambas as derrotas sofridas no Estádio da Luz). Ora, nesse espaço de tempo em que não havia Jonas, Jiménez não fez mais que

Será que vivemos numa Simulação? Somos uma Simulação?

Será que vivemos numa simulação? Somos uma Simulação? Como é possível distinguir a realidade de algo que não existe? Nós próprios existimos e somos reais? O que é a realidade? Será que nós temos realmente poder sobre as nossas escolhas? Com estas questões inicio este artigo que te fará certamente questionar a tua posição relativamente á realidade. Quando alguém diz que possivelmente vivemos numa simulação ou até que somos mesmo uma, a reação mais comum é um riso como se tratasse de uma barbaridade sem qualquer fundamento. A verdade é que por mais estranho que possa parecer a certas pessoas, essa ideia está cada vez a ganhar mais ênfase conforme a tecnologia é desenvolvida. Atualmente vivemos num mundo onde os computadores, dispositivos, smartphones e até carros têm mais poder de processamento (inteligência) do que alguma vez na história tiveram. Hoje uma simples tarefa pode ser concretizada instantaneamente enquanto no passado a mesma poderia levar dias ou

A vontade de fazer muito, a preguiça de fazer nada

A vontade de fazer muito, a preguiça de fazer nada O verão dá-nos mais tempo livre do que provavelmente qualquer outra parte do ano, mas esta característica muitas vezes valorizada pela generalidade das pessoas, pode também ser um obstáculo. Passo já a explicar o porquê de considerar todo este tempo livre, como uma espécie de obstáculo. Pelo facto de estarmos sujeitos a este período alargado de descanso (férias), falando pelo menos na minha situação, a cabeça não pára de pensar em maneiras de ocupar e preencher o tempo. Ora muito bem, imediatamente a seguir à discussão mental das atividades a efetuar, somos invadidos por uma enorme preguiça, que nos faz adiar de certo modo, a vontade de levar a cabo tal ideia, face a todo o tempo ainda disponível. A verdade é que acabam os dias por passar, sem nós termos realizado muitas das coisas previamente pensadas, infetando-nos com uma leve sensação de insatisfação abstrata e complexa de descrever.   O primeiro passo para co

Casal da Treta: De chorar a rir

Casal da Treta: De chorar a rir Hoje vou fazer a analise de uma coisa diferente daquilo que é o habitual, isto é, de uma peça de teatro. E como podem ver pelo título, essa peça será o Casal da Treta protagonizada por Ana Bola e José Pedro Gomes. Esta peça surge como complemento da trilogia iniciada com a peça, a serie, o livro e o filme “Conversa da Treta”, se bem que o filme chamava-se “Filme da Treta”, mas isso agora não interessa. Em “Conversa da Treta” José Pedro Gomes protagonizava o seu eterno Zézé e era acompanhado por Toni interpretado pelo saudoso António Feio. A segunda peça desta trilogia foi Filho da Treta em que José Pedro, mais uma vez como, Zézé regressava, mas desta vez acompanhado por António Machado, que fazia de Júnior, filho de Toni. Mas agora, e passando ao que me trouxe aqui, desta vez José Pedro Gomes, regressa com o seu icónico Zézé e desta vez vem, como disse em cima, acompanhado por Ana Bola que faz de sua mulher chamada de Détinha . Antes