Ouro sem apoio
Já
terminaram os Jogos Europeus, disputados em Minsk. A competição, que teve
início no dia 21 de junho, terminou com Portugal a ter uma melhor prestação que
nos Jogos anteriores, de 2015.
Nesta
competição, de 2019, Portugal conseguiu ganhar 15 medalhas, no total, superando
as 10 ganhas em 2015. A seleção de futebol de praia portuguesa, Fu Yu e Carlos
Nascimento ganharam, então, as 3 medalhas de ouro, respetivamente, no futebol
de praia, singulares femininos de ténis de mesa e 100 metros do atletismo. A
equipa de Judo, composta por Telma Monteiro, Rochele Nunes, Jorge Fernandes,
Anri Egutidze, Bárbara Timo e Jorge Fonseca, o ciclista Nelson Oliveira, as
ginastas acrobáticas, Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio
Maia, e o canoísta, Fernando Pimenta ganharam as 6 medalhas de prata, no Judo
por equipas mistas, no contrarrelógio, nas provas de combinado e de exercício
dinâmico e no K1 1000 e K1 5000, respetivamente. As 6 medalhas de bronze foram
ganhas pelas ginastas Bárbara Sequeira, Francisca Maia e Francisca Sampaio
Maia, Telma Monteiro, Diogo Ganchinho, Patrícia Esparteiro e a seleção
masculina de ténis de mesa, na prova de equilíbrio, nos -57kg, nos trampolins,
em kata e, no ténis, no torneio por equipas, respetivamente.
Mas antes de
falar no que vos quero realmente dizer, deixem-me dar, publicamente, os
parabéns a todos os atletas que estiveram presentes nestes Jogos Europeus.
Apesar de não terem, todos, ganho medalhas, o nome de Portugal foi mostrado (e
de que maneira) nestes Jogos. Mas a par dos parabéns, um obrigado àqueles, que
sim, conseguiram trazer uma medalha, e principalmente aos 3, que permitiram que
o hino nacional tocasse em Minsk.
Agora, a
partir daqui não vai ser tão bonito como a primeira parte. Mas também não se
preocupem, que não vai ser feio. Apenas venho demonstrar o que eu acho acerca
dos apoios que estes (mas principalmente os menos conhecidos) recebem. Se está
a ler este texto e não sabe nada de nada sobre os apoios aos desportistas,
deixem-me dizer-vos que não são lá grande coisa. Para ter uma ideia, caro
leitor que não conhece a realidade portuguesa, há vezes que os atletas têm de
pagar aquilo que precisam para treinar ou competir, do próprio bolso. E claro
que há muitos que acabam por desistir, por não conseguirem suportar os
encargos.
Aqui, digo
que todos temos de fazer ouvir a nossa voz, àqueles que dirigem o nosso país e,
principalmente, o desporto, para que haja mais apoios no desporto. Porque vamos
de um extremo de vendas de mais de 100 milhões € (que eu sei que em nada o
Estado atua), para, se for preciso, uns meros 100€. É neste ponto que eu digo
que o Estado tem de atuar mais. Caramba, nós pagamos impostos para que haja
ajudas. É preciso que o país se mexa. Porque não é só ir ao Twitter ou a outra
rede social dar os parabéns aos atletas. É preciso que o primeiro ministro
ajude mais estes atletas.
Para estas
competições desportivas, apenas vemos atletas presentes em grandes clubes, mas
aqueles que também gostam deste tipo de desporto (ou de outro) e que não têm a
“sorte” de pertencer a um clube com dinheiro, acabam por não passar da fase do
amor ao desporto.
E também
escrevo este artigo, para demonstrar que neste tipo de competições, Portugal
poderia ter mais representação, e por consequência, mais medalhas. Temos de ser
melhores.
Por isso, os
meus parabéns a todos os atletas presentes nestes Jogos, mas que o Estado
comece a olhar mais para outros desportistas, porque eu acredito que Portugal
seja capaz de se tornar um Estados Unidos da América, em termos de medalhas (e
outras coisas também, mas disso falo noutro artigo).
André
Ferreira 01/07/2019
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