Mais do mesmo, infelizmente
Mais uma época que já está com o seu arranque a dar os primeiros
passos, e mais confusões a chegar à luz do Sol. Se ainda não percebeu do que eu
estou a falar, eu passo já a explicar. Aquela confusão que envolveu um adepto
nas bancadas mais próximas ao relvado (ou à pista de atletismo), no jogo de
preparação entre o SL Benfica e a Académica de Coimbra, em que um adepto foi
empurrado e caiu de uma forma não muito boa.
Para muitos a frase que pode vir à cabeça pode ser aquela de
um meme de um jogo (GTA San Andreas): Ah sh*t, here we go again! (traduzindo:
ora bolas, cá vamos nós outra vez). Porque enquanto os grandes não começaram a
jogar, não se tinha dado conta deste tipo de incidentes. Mas este tipo de
pessoas parece que entra numa época (espécie de acasalamento, só que virada para
a porrada), e quando entra na área dos estádios vira um maluquinho completo,
que só quando faz porcaria é que fica feliz. E ainda nem chegámos aos jogos
principais da época, e as pessoas já andam a fazer campanha para saber quem é
que vai ser eleito como o “Melhor idiota que faz porcaria dentro de um
estádio, e chega no final de tudo e não é punido” (se não sabem, este é um
novo prémio que LPFP vai entregar. São as novidades que o Proença trouxe à
primeira liga. Esta era a mais aguardada. Alegadamente).
Num mundo em que o desporto (qualquer ele que seja) devia
ser aquilo que nos faz esquecer um pouco dos males que existem à nossa volta,
não. É exatamente o mesmo que estarmos no meio da rua, ou simplesmente a ver
aquele canal de notícias, que quando abrem a boca só dizem… Dentro dos espaços
do futebol, estamos constantemente a dar-nos conta que alguém está a bater em
alguém, ou a empurrar. Basicamente a fazer asneiras. E isto tem de parar. As
forças que gerem o desporto (neste caso, o futebol), têm de parar de ser
picuinhas com os clubes mais pequenos (da 2ª divisão para baixo) e começar a
ver o que se passa na primeira divisão. Porque se este tipo de incidentes acontece
nos jogos da primeira liga, e as organizações nada fazem para o parar, é claro
que este tipo de acontecimentos vai ter seguimento no resto das competições de
futebol (até mesmo naqueles jogos em que os pais são uns burros e não sabem qual
é o verdadeiro motivo para existir o futebol), porque o que é que acham que estes
burros pensam? “Bem, se aquele bateu no outro e ninguém o prendeu, então é
porque também posso fazer. É mesmo isso, no próximo jogo, vou mostrar ao
treinador do meu filho que o meu punho fechado se vai aproximar da cara dele se
não o puser a jogar” (este vai ser o novo romance de Pedro Proença, a ilustrar
o seu mandato. Deve estar nas bancas para breve).
Eu sei que não é só o Pedro Proença que tem culpa. Toda esta
envolvência de troca de acusações entre clube A, B, C, etc. acaba por pôr uma
raiva tremenda na cabeça de muita gente, que depois quando chega a altura, estas
pessoas acabam por se meter com adeptos que nada têm a ver com o assunto, que
apenas estão ali para assistir a uma boa partida de futebol, com a família.
E agora chego ao ponto essencial pela qual eu decidi
escrever sobre isto. A família. O objetivo das pessoas decentes, quando é ir
ver um jogo, é levar a família, para descontrair um pouco do stress da semana,
e fundamentalmente, divertir-se. Pois bem, a maior parte consegue ter esses momentos
porque têm a sorte de não estar naquele espaço onde os trolls decidem deitar o
seu Hulk cá para fora (peço desculpa ao personagem da Marvel, ele ao pé destes é
um anjinho) e começar a “esmagar” tudo o que encontram à frente deles, e que é
contra as ideias dele. Atenção, há tratamentos para isso. E se não quiserem
pelo menos desliguem-se do futebol. Acredito que se não houvesse claques (que
são aquelas que na sua maioria acabam por desestabilizar mais), o ambiente no
estádio e fora dele era muito melhor. Principalmente nos clássicos.
Eu aqui também não estou a dizer para sermos todos amigos.
Claro que é bom haver rivalidade entre clubes. Até é saudável, porque
impulsiona todos a tentarem ser melhores. Agora, não podemos é ter a rivalidade
agressiva que temos visto entre as claques dos 3 grandes, principalmente.
No fundo, escrevi este texto para apelar um pouco às pessoas
para não serem aquilo que os outros querem que vocês sejam. Mesmo pertencendo a
um grupo, não sejam aquele tipo de cãozinho “pau mandado” só porque se querem
integrar. A isso eu chamo preguiça, porque podiam procurar outro grupo em que
se sentissem melhores. Fiquem sempre com isto na memória: quando quiserem falar
sobre futebol, rivalidades, etc. falem, argumentem, mostrem palavras, não mostrem
as vossas ideias através da força, porque isso não vai fazer que a vossa equipa
ganhe os pontos que precisa para ser campeão, ou para o que ela bem entender.
Para terminar, deixo-vos as palavras que Bruno Lage deixou,
no final do jogo frente à Académica de Coimbra: "Antes de falar do jogo,
quero falar do minuto 30. Isto tem de acabar! Houve um adepto que foi para o
hospital e ninguém foi preso. A gente tem de começar a prender esta malta,
esteja ela vestida de preto, de vermelho, de azul ou de verde".
André Ferreira 15/07/2019
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