Avançar para o conteúdo principal

Casal da Treta: De chorar a rir

Casal da Treta: De chorar a rir

Hoje vou fazer a analise de uma coisa diferente daquilo que é o habitual, isto é, de uma peça de teatro. E como podem ver pelo título, essa peça será o Casal da Treta protagonizada por Ana Bola e José Pedro Gomes.

Esta peça surge como complemento da trilogia iniciada com a peça, a serie, o livro e o filme “Conversa da Treta”, se bem que o filme chamava-se “Filme da Treta”, mas isso agora não interessa. Em “Conversa da Treta” José Pedro Gomes protagonizava o seu eterno Zézé e era acompanhado por Toni interpretado pelo saudoso António Feio.

A segunda peça desta trilogia foi Filho da Treta em que José Pedro, mais uma vez como, Zézé regressava, mas desta vez acompanhado por António Machado, que fazia de Júnior, filho de Toni.

Mas agora, e passando ao que me trouxe aqui, desta vez José Pedro Gomes, regressa com o seu icónico Zézé e desta vez vem, como disse em cima, acompanhado por Ana Bola que faz de sua mulher chamada de Détinha .

Antes de ir à análise da peça propriamente dita, gostava de dizer três coisinhas: a primeira, é que o Teatro Aveirense, onde ocorreu a apresentação, ao contrário daquilo que muitas pessoas me tinham dito é uma extraordinária sala de espetáculos. Pois para além de ter uma ótima qualidade de som, consegue, ao contrário de outras salas, manter uma temperatura agradável no seu interior.

Outra coisa, agora mais negativa, é para a Ticketline. Juventude, não acham que está na altura de tornar os bilhetes 100 % digitais? É que aquilo de ter de tirar fotocópia ao bilhete não lembra a ninguém.

E depois dizer à malta que vai ao teatro para respeitar as outras pessoas, ou seja, não falem e acima de tudo não repitam os finais das frases dos atores nem expliquem as piadas, ouviu caríssima meretriz que se encontrava  na zona atrás de mim. ( Acreditem só me apeteceu dizer, epá cale-se um bocadinho).

Mas chega de encher chouriços e vamos ao que interessa, a peça em si está é uma valente… Chapada de luva branca a muita gente, isto porque, eu ouvi muita gente dizer que tanto Ana Bola como José Pedro Gomes, e este formato já estava “acabado”, mas pelos vistos ainda está vivo e bem vivo.

E sabem o porquê deste formato ainda estar vivo?  São duas simples razões, a primeira o guião. Este consegue manter-se fiel às regras que criou para este formato e para o seu próprio mundo, mas ao mesmo tempo conseguiu subverter essas regras e formulas de humor e apresentá-las como algo novo. 

Por exemplo o Zézé, a personagem de José Pedro Gomes, que o público já conhece, consegue surpreender, isto porque, os guionistas conseguiram vislumbrar formas de antecipar, atrasar, ou mudar o sentido da piada fazendo com que o público seja sempre apanhado de surpresa, mas os senhores do guião fazem isso sem comprometer aquilo que é o personagem e acreditem, isso não é fácil.

O segundo, acaba por se relacionar com os atores, isto porquê? Fácil, os guionistas quando chegam a uma altura em que não conseguem arranjar forma de subverter, estes confiam na sensibilidade cómica dos atores e entregam neles essa responsabilidade, coisa que esta dupla faz de forma extraordinária

A dupla Ana Bola e José Pedro Gomes, fazem uma dupla fantástica, com enorme química o que faz com que a peça funcione. Aliás, é obrigatório, isto porque sendo que são apenas os dois em palco e a própria dinâmica da peça obriga a que haja uma química bastante forte entre os dois protagonistas.

Concluindo, esta peça é extraordinária, não só pela sua grande qualidade, mas também porque é totalmente politicamente incorreta, conseguindo, e bem, destruir os grunhos dos politicamente corretos, isto porque consegue com ironia e sarcasmos gozar com estes grunhos.



P.S.: Se poderem assistam à peça, a menos que sejam grunhos, porque não vão perceber o humor e provavelmente, podem ficar ofendidinhos  com uma coisinha de nada (ouviste Diogo Faro)

Francisco Gomes                            26/09/2019

Comentários

Mensagens populares deste blogue

"When you bring me out, can you introduce me as Joker?"

"When you bring me out, can you introduce me as Joker?" “Joker” é o filme que tem dado que falar nos últimos tempos. É já considerado o melhor, se não um dos melhores, do ano. Há quem até já o aponte como um filme digno de Óscar. A interpretação de Joaquin Phoenix é vista como avassaladora, genial. Tudo isto e com razão. O "palhaço do crime" é adorado por muitos no mundo dos quadradinhos da DC e há muito que os fãs ansiavam por uma nova história de origem para este vilão tão carismático. A aposta em Joaquin Phoenix para vestir a pele do vilão é, sem dúvida, o que torna o filme tão bom. Desde o primeiro minuto que o espectador é confrontado com o dia a dia, aparentemente normal, de Arthur Fleck: um palhaço de rua que ganha a vida a fazer pequenos trabalhos. No entanto, percebemos que a sua vida não é nada fácil: é desprezado, maltratado, e posto de parte pela sociedade. Uma das razões para isso é o facto de Arthur sofrer de uma doença que o faz rir compu...

Simplesmente CR7

Simplesmente CR7 Ontem, ao final da tarde, o país parou para ver a nossa Seleção, como é habitual quando a mesma joga um Mundial ou um Europeu. Esperamos todos, como portugueses, que a nossa Seleção esteja bem preparada para todos os desafios que estejam pela frente. Para começar, o nosso adversário foi a vizinha Espanha, uma das seleções mais fortes da Europa. O jogo era fundamental para iniciar bem a nossa corrida à conquista do Campeonato do Mundo, porque com uma vitória já só bastava mais um triunfo contra Marrocos para garantir o nosso passaporte para os oitavos, para além do fato de que ganhar à Seleção Espanhola não é para todos, o que infelizmente não aconteceu e podia ter acontecido. Antes de começar a fazer a minha análise e interpretação do jogo, quero dizer que aqui, ao contrário do que acontece quando analiso clubes ou jogos dos mesmos, tratando-se da nossa Seleção, não vou ser imparcial e vou defender a minha dama como é óbvio! Estava à espera que começasse ...

O recomeço da nossa velha paixão

O recomeço da nossa velha paixão Estamos na semana em que após o treino em jogos de pré-época e da disputa da maioria das supertaças nos mais diversos países, entre campeões, vencedores de supertaças ou ambos, vai recomeçar a nossa velha paixão, o início de todos os campeonatos europeus. Podemos juntar a tudo isto a janela de transferências, que não podemos afastar deste processo, pois ela é aquilo que nos abre muito o apetite para a nova temporada e este é daqueles anos em que esse gostinho está enorme! Pois vejamos: CR7 na Juventus, Courtois no Real Madrid, Vidal no Barcelona, Buffon no PSG, Mahrez no Manchester City, Higuain no Milan ou Kepa no Chelsea, entre outros. Já para não falar no câmbio de treinadores entre os diversos clubes e mais do que tudo, se estarão bem oleadas as máquinas das diversas equipas. Em Inglaterra, o City terá estofo para continuar a ser o indiscutível número um? Conseguirá Mourinho pôr fim a essa onda azul clara do rival quando disse que não ...

Estão feitos os grupos rumo ao Metropolitano

Estão feitos os grupos rumo ao Metropolitano Símbolo oficial da edição 2018/19 da Liga dos Campeões Ocorreu no Mónaco o sorteio para a fase de grupos da Liga dos Campeões, um dos acontecimentos mais aguardados pelos adeptos de futebol no início de qualquer temporada. Todos a quererem saber se o seu clube vai apanhar um tubarão e qual será, para além de ser importante saber se os outros adversários serão muito ou pouco acessíveis. Claro que se o clube já for um tubarão ou o favorito do grupo, é uma questão de competência e já se estará logo nos oitavos de final. É assim que se parte para o sonho europeu. Antes de ir aos grupos quero congratular o Benfica por ter passado as eliminatórias difíceis contra Fenerbahce e PAOK, assim se consegue juntar ao FC Porto na liga milionária e esperemos que ambos façam uma excelente campanha europeia este ano, de preferência muito melhor que a do ano passado, para ambos. E quero também louvar o regresso à Champions, nomeadamente o do ...

A Origem do Dia das Bruxas | Halloween

A Origem do Dia das Bruxas | Halloween A tradição do Halloween ou Dia das Bruxas, capta a atenção de cada vez mais praticantes, estando a crescer e a ser adotada por países um bocado por todo o mundo. Este dia é interpretado como assustador e misterioso por uns e divertido e entusiasmante por outros, mas afinal de contas, qual é a sua origem? Qual a origem do Halloween? O termo Halloween, teve a sua origem marcada no século XVII, e é uma abreviatura de raízes escocesas, das palavras “All Hallows´Eve”, que significa “Noite de todos os Santos”. A sua comemoração, tem descendência, de uma antiga celebração praticada pelo povo celta, que habitava toda a Europa há cerca de 2000 anos.  Esta celebração, denominava-se por Samhain, e simbolizava o fim do Verão, e o início do novo ano celta, no dia 1 de novembro. Os celtas olhavam esse espaço entre os anos, como um tempo mágico. Tradição ligada aos mortos? Nesse tempo mágico (dia 31 de outubro), acreditava-se ...