Brasil, o que se passa
contigo?
Amigos lusitanos que me lêem, sou
só eu que sempre identifiquei o Brasil, como o país que, apesar de uma elevada
taxa de criminalidade, sempre teve uma aura de ser um país onde era propagado o
amor ao próximo, o respeito e solidariedade para com quem sofre? É que eu gostava
de saber se estou sozinho ou não neste aspeto.
Mas esta, introdução toda para quê?
(perguntam vocês) É porque hoje chegou-me uma notícia, através das minhas
redes sociais (apesar disto a notícia é verdadeira), que denunciava um caso em
que um jovem negro é amarrado e chicoteado por dois seguranças, nas traseiras
de um supermercado pertencente à cadeia “RECOY”. Anexo a esta noticia
encontra-se um vídeo que comprova toda a barbárie, que o jovem de 17 anos
sofreu, nas mãos dos dois torturadores.
Mas que crime tão grave era esse,
para que esses dois tipos tivessem a ideia de o atacar tão violentamente. Estava a espancar uma idosa? Já sei uma criança. Não uma grávida. Não ainda
pior uma idosa grávida com uma criança de 2 anos ao colo? (perguntam vocês)
Não, não e..não, e se fizeram esta ultima hipótese, tenho medo de como
funciona a vossa mente. Basicamente ele estava a roubar chocolates (pausa para
digerir a informação), sim um jovem de 17 anos foi amarrado e chicoteado por
roubar chocolates.
Mas como vocês já devem estar a
pensar, claro que se veio pelas redes sociais traz os grunhos (que a Joana e o
André, já muito bem denunciaram nos seus dois últimos artigos, a sério leiam-nos
e por esta ordem) agarrados e claro que estes se dividem em dois grupos, os
totalmente grunhos e os pré-grunhos.
Começando por este último grupo,
aqui estão aqueles que até começam bem o seu discurso dizendo “sim, eu sei que
o jovem cometeu um crime, mas…” depois deste “mas” estragam tudo porque vão
desde prender os tipos e mandar a chave fora, passando por era fazer-lhes o mesmo,
até dando como punição formas super cruéis de os matar. No panorama atual do
Brasil estes são aqueles que ainda não decidiram qual dos lados é que querem
escolher.
No outro grupo dos totalmente grunhos
temos duas correntes. A de direita, que diz que o jovem é um bandido como outro
qualquer e por isso os seguranças são uns heróis, atirando a culpa da bandidagem
para a esquerda e imagine-se só quem é que estes indivíduos apoiam. Fácil o
presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
A outra corrente, de esquerda, que
diz que o jovem é um total inocente e diz que os torturadores devem levar com
os piores tratos do mundo, atirando as culpas do acontecimento para a direita. Lógico
que estes apoiam acima de tudo o PT.
Ou seja, nenhum destes grupos
parece ir ao centro da questão, que são as motivações que estes indivíduos tiveram.
Ou melhor, todos acertam em certo ponto, mas nenhum está totalmente correto.
Por isso eu proponho, amigos canarinhos, a criação de um terceiro grupo, o das
pessoas decentes.
Este grupo acho o seguinte sobre
o caso. Primeiro, que tanto o jovem que roubou, como os seguranças estão errados
e por isso devem ambos ser julgados, mas claro que as penas a serem
aplicadas devem, dentro da lei e da defesa dos Direitos Humanos, ser
proporcionais aos seus atos. Este grupos comprometido com o centro, ou seja nem
esquerda nem direita, reconhece que a esquerda
(PT) que durante tantos anos liderou o país tem culpa porque levou o Brasil a
um estado tal de criminalidade que as pessoas já estão desesperadas por
segurança. Mas por outro lado, e não podendo compactuar com as atitudes como as
destes seguranças, é obrigada a reconhecer que esta atitude aconteceu, porque
neste momento a direita brasileira, comandada por Bolsonaro, através dos seus
discursos, legitima estes atos.
Isto tudo, para dizer o quê? Simples, que o Brasil precisa urgentemente, que apareça uma alternativa, centrista que
assuma um papel de conciliador para assim acabar com a polarização da politica
no Brasil, pois se por um lado é bom que exista uma grande divergência de
opiniões, naquilo que é o espírito democrático, quando essas divergências nos entendem
de ver os erros e os problemas por detrás de casos como este já ultrapassaram o
limite do aceitável.
Francisco Gomes 04/09/2019
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