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“Joker” pôs um sorriso na cara dos críticos

“Joker” pôs um sorriso na cara dos críticos

“Joker” foi apresentado no Festival de Cinema de Veneza no passado dia 31 de agosto e foi ovacionado durante 8 minutos. Tem vindo a ser bastante elogiado pela crítica e até já se fala no Óscar para Joaquin Phoenix.

A sinopse descreve Arthur Fleck como um homem solitário que procura uma forma de se encaixar na sociedade. Durante o dia trabalha como palhaço nas ruas de Gotham City. O seu sonho é trabalhar na área do stand-up comedy mas rapidamente se depara com a triste realidade: ele próprio é visto como uma mera piada. O enredo irá mostrar a luta do vilão contra aquilo que de pior existe na sociedade, e a forma como ele se tornou “o palhaço do crime”.

A performance de Joaquin Phoenix está a ser muito elogiada e há mesmo quem diga que já é um dos melhores Joker’s de sempre. Pelo trailer, e na minha opinião, ele consegue transmitir muito bem aquele dark side do vilão, bem como o expoente da sua loucura. O aspeto que mais gosto no seu Joker é o icónico riso que até me faz lembrar aquele já feito por Mark Hamill na animação “The Killing Joke”. É incontestável que Phoenix é um dos melhores atores da nossa geração e será interessante vê-lo a desempenhar um papel tão diferente daqueles a que nos tem habituado.

Este novo filme vai apresentar uma história de origem do vilão que não será baseado, pelo menos de forma direta, em nenhum arco da DC. Estamos habituados a ver o Joker a aparecer apenas como o arqui-inimigo do Batman, mas desta vez será diferente. Temos uma história que se passa num outro universo, em que o vilão ainda nem sequer estabelece relações com Bruce. No entanto, vamos poder ver algumas referências à família Wayne. No trailer é possível, também, ver o hospital psiquiátrico de Arkham. Acho que o facto de o filme não se basear de todo nas comics é uma lufada de ar fresco, e que abre caminho para produções diferentes de tudo aquilo que já vimos no mundo dos super-heróis.


Todd Phillips, diretor da obra, baseou-se em filmes de Martin Scorsese como “The King of Comedy” (1982) e “Taxi Driver” (1975), nos quais Robert DeNiro foi o protagonista. Um aspeto interessante visto que DeNiro se encontra também no elenco de “Joker”, interpretando o papel de um comediante que Arthur admira. 

Algo que também já foi apontado pelos críticos é que este é um filme mais maturo relativamente àqueles que a DC nos tem apresentado, tanto que está avaliado para maiores de 18 anos. O nível de violência está a ser motivo de discussão, no entanto, penso que isso será um dos aspetos mais interessantes, visto que é na violência que se encontra a essência do Joker. É isso que define o vilão.

A ausência de grandes efeitos especiais, que tão bem caraterizam a indústria cinematográfica atualmente, é um ponto positivo. Na minha opinião, mais filmes assim são necessários, em que o que prevalece é o próprio enredo e que se foca sobretudo na personagem principal. Só isto já faz com que seja uma obra que de certo se irá destacar este ano.

Podemos ainda esperar pela apresentação de uma forte crítica à sociedade, expondo os conflitos existentes entre as classes trabalhadoras e as classes de elite, a dificuldade de acesso a cuidados de saúde mental, bullying, controlo do porte de armas, e os problemas dos media e a difusão de notícias.

Como grande fã do Joker tenho a dizer que estou com as expectativas bastante elevadas relativamente ao novo filme. Apesar de as suas origens serem, em grande parte, desconhecidas, para mim, é o vilão mais interessante de sempre na medida em que é tão insano, que é capaz de alcançar o auge da violência para conseguir aquilo que quer. Não é o típico vilão com forças sobrenaturais, como estamos habituados a ver, mas usa a sua inteligência e capacidades de estratégia em todos os seus planos, revelando-se uma personagem bastante imprevisível.

“Joker” estreia a 3 de outubro nas salas de cinema portuguesas. Até lá, é ver e rever o trailer. “Send in… the clowns!”


Joana Simões                                07/09/2019

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