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Incêndio em Monchique | Resumo |


Incêndio em Monchique |Resumo|


Um incêndio de grandes dimensões está a lavrar em Monchique, desde a passada sexta-feira, dia 3 de agosto de 2018. O combate está a provar-se bastante complexo, sendo que o mesmo chegou a alcançar os concelhos de Silves e de Portimão. As chamas não poupam nada no seu caminho, tendo já destruído variadas casas, veículos e estruturas, obrigando os habitantes das zonas afetadas a deslocarem-se para locais seguros e a abandonarem os bens. Estima-se que apenas na sexta-feria tenham sido consumidos pelas chamas, aproximadamente 17 mil hectares.

O início das chamas

Os primeiros sinais deste incêndio, tomaram lugar na passada sexta-feira, pelas 13:30 horas, com a deflagração na região da Perna da Negra. Neste primeiro acontecimento, foram invocados 190 operacionais e 9 meios aéreos. Embora o combate tenha sido iniciado com alguma agressividade, os bombeiros não conseguiram controlá-lo.

Na madrugada do dia seguinte, 4 de agosto, ainda estavam ativas duas frentes, que ardiam com uma grande intensidade. Na tentativa de controlar o fogo, houve um reforço de meios, constituído por 621 operacionais e a consequente ativação do plano de emergência.

Chamas incontroláveis

Na tarde do dia 5 de agosto, ainda permaneciam ativas duas frentes, que colocavam a vila de Monchique em perigo, estando até a esse dia confirmados 100 deslocados. A falta de acessos, dramatizou ainda mais toda esta situação. Ao fim, do dia as chamas aproximaram-se da vila, queimando ainda algumas estruturas pelo caminho. Face a tudo, é manifestada confiança nas ações da proteção civil.

Militares da GNR dormem no chão

Calma após o desastre?

Na segunda feira, dia 6 de agosto, estimava-se que já teriam sido queimados cerca de 20 mil hectares, ou seja, um número crescente. Com aproximadamente um milhar de bombeiros em combate no teatro de operações, o incêndio foi dado como 95% dominado.

Infelizmente para os combatentes e populações, o fogo agravou-se pela noite dentro chegando mesmo a aproximar-se mais uma vez da vila, levando a entidades a referirem que se tratava realmente de uma situação extremamente complexa.

Alteração do plano de combate ao incêndio

A dimensão e duração do incêndio, fez com que o ministro da Administração Interna transferisse na terça-feira, dia 7 de agosto, o comando do dispositivo de combate, do comandante distrital, Vaz Pinto, para o comandante nacional.

Tal decisão é fundamentada no facto de a estratégia de combate do comandante distrital, ter sido fortemente criticada, sendo assim afastado do cargo.

Na terça-feira, cerca de 250 pessoas foram retiradas de casa em Monchique por precaução, estando registados 30 feridos, sendo apenas um considerado ferido grave. Na noite de terça-feira, a Autoridade Nacional da Proteção Civil, declarou que o combate iria ser mais robusto nas duas frentes, com uma mais detalhada e cuidada utilização das máquinas de arrasto.

Após tomar o cargo, o comandante nacional, assumiu que ainda permaneciam no terreno. 1200 operacionais, 412 meios terrestres, 13 meios aéreos e 25 máquinas de arrasto, distribuídos pelas áreas mais afetadas, a leste e oeste de Monchique.

Desde segunda-feira, de um modo geral todos os incêndios têm vindo a intensificar-se e alguns a reacender.

Máquinas de Arrasto combatem o fogo

Seis dias a arder

No dia 8 de agosto de 2018 (quarta feira), encontram-se ativas duas grandes frentes, na Fóia e em Silves. O combate ocorre com mais de 1200 operacionais, 380 veículos terrestres e 13 meios aéreos.

Um reacendimento originou novamente um incêndio em Silves ao início da tarde, derivado da intensidade do vento. O presidente da câmara admite que o incêndio está descontrolado, sem mostrar sinais de abrandar.

Devido ao vento inconstante é difícil prever o desenrolar, das chamas.

O fumo chegou a alcançar o céu das praias algarvias.

 Meios aéreos auxiliam Bombeiros
Um inferno sem fim

No dia 9 de agosto, as chamas ainda não estavam dominadas levando o número de deslocados a aumentar, para perto de 300. Por este dia estacam mobilizados 1440 bombeiros e 468 meios terrrestres. 

O número de feridos passou para 39, dos quais 21 são bombeiros, a maioria sem gravidade. Neste 7º dia de incêndio, já tinham ardido 23400 hectares.

Várias estradas foram fechadas: EN266, EN266-3, EN267, EM502 e ER124.

A Guarda Nacional Republicana, recorreu a estagiários para dar resposta à falta de homens para as evacuações.

Fatores que dificultam o combate

O incêndio de Monchique já é o maior e mais violento de 2018, o seu combate está a ser bastante complexo e dificultado por diversos fatores:

-Cortes de energia – Abalam as áreas afetadas, sendo um obstáculo à comunicação e vida em geral.

-Eucalipto – O facto de as florestas nacionais estarem repletas de eucaliptos, tratando-se de uma praga. Os eucaliptos são extremamente inflamáveis e impossibilitam os acessos aos bombeiros e veículos de emergência.

-Uso de água em vez de “retardantes” - “retardantes” é um método de combate aos fogos mais eficaz e duradoura que a água no seu estado natural.

-Ventos fortes – A ocorrência de ventos instáveis, representam um grande perigo pois, podem causar reacendimentos e mudar a direção do fogo rapidamente, ou seja, pode mudar toda a abordagem das entidades de combate.

-Falta de Acessos – Embora tenham sido projetados muitos quilómetros de caminhos e acessos no meio da floresta, para auxiliarem nestas situações, poucos desses acessos foram realmente abertos e elaborados.

-Reacendimentos – São obviamente um obstáculo ao trabalho dos bombeiros.

Desespero e Cansaço

A duração do incêndio leva facilmente os bombeiros, polícias e socorristas ao limite, fazendo com que sejam obrigados a gastarem as suas forças, levando alguns membros da Guarda Nacional Republicana e Bombeiros a dormirem no chão nas proximidades das zonas afetadas, para inicializarem novamente o trabalho eficazmente.

Coluna de fogo visível do espaço


Incêndio Dominado?

Por volta das 8h40min do dia 10 de agosto de 2018, sendo o oitavo dia do fogo, o mesmo foi dado como dominado e em estado de resolução.

                              (Informação em Atualização)

Tiago Queirós     08/08/2018

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