Viseu, Graciosa Cidade
Olá Viseu,
Podia começar esta carta como
toda a gente, perguntando-te se está tudo bem contigo (perdoa-me tratar-te, por
tu, mas se me permites vou fazer esta impertinência) mas Viseu se há alguma
coisa que aprendi contigo nestes últimos meses foi que, aconteça o que
acontecer, contigo está sempre tudo bem.
Viseu tu conseguiste, fazer algo
que eu nunca pensei que fosse acontecer fizeste com que eu amasse pela primeira
vez, outra terra que não fosse a minha Gafanha da Nazaré.
Jorge Sousa Braga tem um poema
sobre Portugal que diz a certa altura “gostava de te beijar muito
apaixonadamente na boca” esta frase podia ser eu a dizer-to, minha querida
Viseu. Sim trato-te pelo feminino, porque tu és a Senhora Rainha da Beira, tu
merecesses o trato delicado que se dá às mais belas das princesas.
Viseu tu que és a terra na qual
os montes se encostam e adormecem, na dureza do tempo. Tu que viste nascer o Rei-Filósofo, o nosso
excelso rei D. Duarte. A ti a que o Dão
dá as suas mais belas frutas.
Querida Senhora da Beira foi em
teu ventre que nasceu, Viriato e com ele apareceram os Lusitanos, nascendo
assim o espírito Guerreiro que domina toda a nossa alma Lusa. Sim Viseu, foi em
ti que nasceu a nossa alma de portugueses. Por ti os guerreiros lusitanos
lutaram até ao fim para manter aquilo que tinham de mais precioso, a ti.
Viseu tu que recentemente,
tiveste de lutar contra a mais perigosa arma da natureza, o fogo, ele que fez
com que teus locais padecessem, ele que pintou de negro algumas das tuas belas
paisagens, ele que fez com que durante um dia tu chorasses cinzas e que o teu
céu tivesse pintado de um triste e infernal encarnado, sim este tão vil inimigo
que tu rapidamente te levantaste e combateste, reergueste-te deste ataque. A ti
a quem a natureza tirou o bem mais precioso, a água, mas tu facilmente
encontraste uma forma de lutar contra, mais esta barreira do destino.
Viseu tu que és guardada pelo
grande Viriato, tu que te encontras imponente e para quem D. Duarte e o Infante
Henrique se encontram sempre em pé. Ai… e a Sé que lá bem no alto observa tudo
o que passa marcando de um jeito prazerosa a tua imensa glória.
Viseu a tua Tunadão tem uma
musica sobre ti, se bem que eu gosto mais de lhe chamar poema, que foi a
inspiração para toda esta Carta, A certa altura o poema diz “ Em ti há sete
torres que se erguem para o céu são marcas da tua história que o povo não esqueceu.” Sim, Viseu este
povo que te ama, jamais esquecerá tudo o que tu
fizeste por nós.
Sabes Viseu, escrevo esta carta,
ou melhor “Canto a ti Cidade, minha saudade” inspirado pelas ninfas belas da
serra, vagueando em ruelas e calçadas e com os olhos pousados nas “flores que
tu tens em teus recantos”, Viseu esta prosa que eu te canto é a forma de eu te
dizer minha “Cidade tu que és jardim” que por e simplesmente como criança que
ama os pais. Amo-te Senhora Dona da Beira, minha Viseu Graciosa.
Ps: Obrigado Viseu por me teres escolhido para fazer
parte de ti, e por teres feito com que eu conseguisse recuperar de algumas
feridas, que só a distância e a tua grandeza puderam fechar.
Francisco Gomes 21/05/2018
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