Ai os Maias…os Maias…
Muitas vezes
opinamos e pensamos que, quer na política, legislação ou qualquer tipo de
regras que o que está, está quase sempre mal e defendemos umas mudanças,
grandes ou pequenas. Mas a verdade é que quando chega a altura de alguém ir
fazer essas mudanças desejadas, nunca são feitas como deve ser. Isto é defeito
muito penoso que a nossa sociedade tem nos mais diversos setores.
Embora eu
não seja nenhum especialista na matéria, defendo tal como muitos intelectuais,
professores, jornalistas, etc… que os programas ou currículos das nossas
escolas mereciam uma profunda reforma.
Primeiro, a
verdade é que já há muitos anos a fio que os estudantes portugueses estão a
aprender muita coisa que não interessa a ninguém, sem ser a pessoas que queiram
seguir a determinada área e segundo, existe uma quantidade de matérias simples,
costumes e autores que são ignorados ou postos de lado pelo ensino ao não
fazerem parte dos seus programas.
Podia falar
de tanta questão ideológica que não deve ser ensinada nas escolas por respeito
à diversidade e oposição ao pensamento único e estão a sê-lo à força toda ou de
tanta coisa simples que os jovens deveriam saber nos dias de hoje e não sabem
porque ninguém lhes ensina, mas vou tocar numa notícia que surgiu esta semana.
Que passou.
A obra de
Eça de Queirós chamada “Os Maias” vai deixar de ser de ensino obrigatório no
secundário e passa a ser uma opção do professor se ensina a obra ou não aos
estudantes.
Não vou discutir se a obra é boa ou má, ou se é útil ou não para o
nosso ensino, eu pessoalmente apesar de a ter trabalhado no secundário, não me
deixa grandes memórias, não aprendi nada em particular com ela e não achei nada
de especial, apenas me deu trabalho e penso que se aprende mais com outras
obras, com todo o respeito por quem a adora.
Com isto já
veio mais uma indignação por parte de quem gosta da obra ou por parte de quem
defende as obras tradicionais no ensino, mas volto a dizer que isso não é
indiscutível para mim, se acham que é uma mais valia manter “Os Maias” tudo
bem, mas se for considerado melhor substituí-los por outras obras melhores, é
igualmente legitimo.
Agora o que
acho e me questiono mais uma vez é: Com tanta coisa que é necessário mudar no
nosso ensino, decide-se começar… pelos “Maias”? Ou o problema está nos “Maias”?
É uma
tristeza e é por coisas como esta que o mundo em geral e o ensino em particular
não anda para a frente!
Jorge Afonso 24/07/2018
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