E se na volta, for humor?
Como aqueles que acompanham este
blog mais regularmente devem já ter percebido, eu costumo, em praticamente
todos os artigos (se não todos), reclamar sobre alguma coisa que aconteceu no
mundo/país nessa semana. Uns dizem que eu faço isso porque tenho a mania que
sou sempre o senhor da razão, outros acham que é porque tenho um “leve” mau-feitio.
Mas a culpa não é minha se a malta põe sempre a pata na poça. Isto tudo para
dizer que este vai ser mais do mesmo e sim, mais uma vez, a minha luta contra a
brigada dos grunhos politicamente corretos, continua.
Mas vamos lá ao que interessa,
esta semana vou falar-vos de dois casos que inundaram as redes-sociais, acusando
dois humoristas de homofobia e intolerância.
Em primeiro foram as acusações a
Tiago Dores (integrante dos Gato Fedorento)
de ser intolerante devido à sua crónica no Observador intitulada de “Que
tem a dizer o PAN da pansexualidade?”, em que o humorista, de forma bastante inteligente,
brinca com as declaração que Miley Cirus fez sobre a sua “fluidez de género”. E
claro, como sempre que alguém fala de alguma coisa deste tipo, aparecem sempre idiotas
a acusá-lo de ser intolerante e coisas desse género.
Este caso podia não ser grave desta
forma. Podiam ser só idiotas a acusarem alguém de algo, mas claro está que
tinha que haver um líder idiota, e que é ele, neste caso, o comediante Diogo Faro
(esperem, para ser comediante não é preciso ter graça? Pois epá, então como é
que eu me refiro a ele agora? Ah já sei, ok deixem-me só corrigir o que disse
em cima). O alegado comediante Diogo Faro posicionou-se contra este artigo
usando os argumentos de sempre (que eu não vou estar a repetir aqui outra vez). O problema aqui não é ele estar contra, mas sim, um autoproclamado comediante,
não perceber o que é ironia, sarcasmo e coisas desse tipo. E ainda pior, alguém
que diz ter um humor caustico, como alega Diogo Faro, querer colocar limites
tão fortes ao humor. Então mas... isso faz algum sentido? - para mim não e provavelmente
para o leitor também não, mas também o que é que se pode pedir de alguém que, se
dizendo humorista, não percebe o humor. Bem na verdade, todos sabemos que Diogo Faro não é humorista, é só um idiota, que diz
tanta porcaria que a malta se ri para ele não se sentir mal.
O outro humorista na baila estes
dias foi, Alexandre Santos, devido a piadas que fez no Roast a José Castelo Branco
(apanhei-te! Então não gostaste do Roast mas vens defender piadas ditas nele? És um vira casacas! - dizem uns. Sim, amigos. Porque muitas vezes para defendermos
a liberdade de expressão, temos que defender algo que não gostamos (respondo eu). Tu és muito habilidoso com as palavras (acusarão os mesmos). Eh pá, vão pentear
macacos e deixem-me continuar (respondo eu)). Apesar de não ter gostado do
Roast, como disse a semana passada, a atuação de Alexandre Santos foi das
melhores, mas isso nem está em causa. O que se discute aqui, é o facto de, por e simplesmente terem sido piadas.
Deixem-me explicar. Durante a sua
intervenção, Alexandre Santos fez diversas piadas sobre a sexualidade de José
Castelo Branco (uma delas era: "O filho do José Castelo Branco era o único que quando
perguntavam na escola: 'como é que se chama a tua mãe?', ele respondia: 'a que mija
de pé ou a outra?'"). Sim amigos, isto é uma piada digna de um Roast, porque, por
definição, Roast é “espetáculo onde um individuo é alvo de piadas, histórias,
insultos e elogios”, ou seja, esta piada apenas se coloca neste conceito.
A questão que se coloca agora é
se as pessoas ficariam tão irritadas se o alvo das piadas de Tiago Dores e
Alexandre Santos, tivesse sido um alentejano, ou uma daquelas piadas sobre “um francês,
um alemão e um português entram num bar..”, ou uma sobre um nortenho ou até
mesmo sobre bêbados, loiras, etc. Não, isso é certo, e sim, eu sei que são
coisas diferentes, mas no básico são iguais. Uma piada não é homofóbica/racista, etc. Uma piada pode, por e
simplesmente, não ter piada e é assim que deve ser avaliado o humor.
Francisco Gomes 21/08/2019
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