Um Clássico… não tão Clássico assim
Foi no passado sábado, 24 de agosto, que foi jogado o
primeiro clássico da época, pondo frente a frente, SL Benfica e FC Porto. O
jogo terminou em vitória para a equipa do norte, por 0-2, num início de época
que não define já o campeão nacional da época 2019/20.
Começando por analisar parte a parte, o jogo teve o início
bastante ofegante. As duas equipas demonstraram logo de início o futebol que
iriam ter no jogo todo, e logo as primeiras jogadas faziam prever que a vitória
iria tombar para um dos lados. Até ao primeiro golo, o FC Porto foi quem mais
pressionou e se mostrou mais competente a nível de passes e desmarcações, muitas
delas bastante difíceis para os jogadores encarnados (só mesmo Vlachodimos no
instante final para que o jogo não tivesse outro resultado). Romário Baro, Alex
Telles, Uribe e Ze Luis foram um pesadelo para os jogadores encarnados. Tanto é
que o primeiro golo foi marcado pelo Cabo-Verdiano, num lance de enorme
confusão na área benfiquista. Daí até ao final da primeira parte, vimos um
Porto a fechar-se cada vez mais, e um Benfica às aranhas, a tentar arranjar
linhas de passe, sempre bloqueadas (e muito bem) por jogadores azuis e brancos.
Não sei o que se passou neste jogo, mas todo o onze do SL Benfica estava muito
previsível (ou isso ou os dragões estavam inspirados pelo trabalho da Maya e
previam tudo). Só Rafa, Vlachodimos e um pouco Grimaldo, foram quem tentou
salvar o Benfica de sofrer algo pior. Apesar de uma primeira parte de muito bom
futebol de parte a parte (do Benfica nem tanto), só destaco, pela negativa, o
que muitas equipas fazem e me irrita profundamente, a perda de tempo. Marchesin
fez tanto isso na primeira parte, que acabou por levar cartão amarelo. Mas
repito que todos os clubes vêm a fazer isso, o que me tem andado a irritar
profundamente, pois o futebol é para ser jogado a correr, não com paragens
constantes.
E quando eu pensava que a segunda parte iria ser diferente
(pelo menos da parte dos encarnados), enganei-me redondamente. O SL Benfica
continuava a manter a ideia de encontrar linhas de passe, mas o botão X dos
jogadores benfiquistas parecia estar com problemas. As linhas de passe pouco
existiam, e para além disso os passes saiam muito ao lado do esperado por uma
equipa dita grande. Mas claro que não se pode tirar o mérito ao grande jogo
planeado por Sérgio Conceição, que soube “ensinar” bem os seus jogadores, a ter
um jogo bastante mais pressionante, o que era capaz de inquietar muitos jogadores
do Benfica. Mas não foi só de pressão que viveu o FC Porto nesta segunda parte.
Com um jogo mais subido do Benfica (muito por causa, também, do que o Porto
deveria ter planeado), o FC Porto sempre aproveitou algumas lacunas para subir
no jogo e provocar ainda mais estragos ao marcador, mas (e eu volto a
repetir-me) Vlachodimos esteve muito bem, ao negar alguns lances de perigo à
equipa azul e branca (só mesmo aquela saída e corte de cabeça que Vlachodimos
decidiu fazer). E foi num lance tipo, do que eu expliquei anteriormente, que o
segundo golo portista apareceu. Numa jogada de ataque do Benfica (e com uma
equipa bastante subida), Otavio corta a bola, e num passe para Marega, o
maliano acabou por marcar, num remate de defesa difícil para Vlachodimos, que
era o último jogador que faltava passar para marcar. Olhando para os jogos
anteriores, nada faria crer que este era o resultado, no entanto, o Benfica,
por Seferovic, ainda conseguiu meter a bola no fundo das redes, mas acabou por ser
um golo invalidado, por fora de jogo (que não percebi se foi de Pizzi ou mesmo
do suíço).
O jogo acabou, então, com vitória para o FC Porto, que
iguala, assim, o SL Benfica, com 6 pontos, e com um jogo muito, mas mesmo muito
mal arbitrado. Jorge Sousa até pode ser um árbitro de renome e com experiência,
mas há coisas que se não são toleradas para um lado, não deveriam ser para o
outro. Não me vou alongar muito na arbitragem do jogo, mas acredito que se
estivesse um árbitro que não tem o distintivo da FIFA no equipamento, teria
sido uma melhor arbitragem. Não digo que se a arbitragem fosse diferente teria
influenciado o resultado, porque não acredito muito, mas as paragens constantes
que o jogo teve deveriam ter sido minimizadas pelo árbitro, que é quem tem de
controlar o jogo. Mas bem, não me alongo mais na arbitragem, porque acho
desnecessário falar neste artigo. Quem sabe se não falo noutro artigo, também
porque não é só a deste clássico que é horrível.
Ora bem, não foi um jogo de encher o olho, como já muitos
jogos nos habituaram, mas pelo menos não houve muitas confusões por parte dos
adeptos. Mesmo que não haja resultados proveitosos por parte de uma das equipas
nestes clássicos, que pelo menos as pessoas possam ir ver um encontro de futebol
ao estádio, e saiam de lá com o espírito de que sim, podem levar a família numa
outra vez (que é isso que o futebol deveria ser).
André Ferreira 26/08/2019
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