O pior Roast de sempre
Antes de ir ao texto, gostava de dar as boas-vindas à nova
membro do blog, a Joana Simões.
Sim amigos, eu sei que há temas mais interessantes, ou pelo menos
mais atuais para falar, mas primeiro o André Ferreira já falou da liga. Mas
tens o Porto na Champions, podias falar disso, dizem vocês. Podia, mas para
desastres já basta este Roast, e o Macaco está nas duas (sim, é verdade) e ainda
há a greve dos motoristas de matérias perigosas, mas eu já estou tão farto
desse tema que, pura e simplesmente não vou falar disso.
Mas indo ao que interessa, no passado domingo, a TVI, achou
por bem transmitir o Roast ao José Castelo Branco e foi diferente do habitual
e isso não quer dizer que tenha sido mau, quer dizer… enfim, já lá vamos.
Primeiro vou analisar os intervenientes individualmente e
depois passarei à análise global do Roast, em si:
A Pipoca Mais Doce, ou Ana Garcia Martins, como quiserem
dizer, foi a anfitriã deste Roast, uma das muitas figuras públicas e não
humorista neste presente, neste espetáculo. Apesar de já estar habituada a este tipo de andanças ela nunca apresentou nenhum
(até porque Portugal tem um apresentador muito melhor para este tipo de
certames, o Rui Sinel de Cordes, que apesar de eu não gostar muito dele
enquanto humorista, tenho que assumir que é um mestre neste tipo de apresentação),
mas voltando à apresentação, esta ficou muito aquém do esperado, com piadinhas
sem noção e com pouco impacto, apesar de ter sido das melhores da noite.
O humorista portuense, Hugo Sousa, foi o primeiro a entrar
em palco, e desiludiu-me bastante, apesar de, por uma ou outra vez, ter consigo arrancar algumas gargalhadas, ficou muito aquém daquilo que ele é capaz, e
que eu já o vi fazer. Mas mal eu sabia o que estava para vir.
Depois, foi a vez, de Vitor Espadinha (“duas bofatadas” era
o que o gajo que teve a ideia de convidar grande parte deste painel devia ter
levado), apesar de que esta ser uma das escolhas dos não humoristas que melhor
se entende, devido ao passado de ator em séries de comédia, em que ele aliás é muito competente. Apesar de
tudo, o melhor que se pode dizer da atuação dele é que foi competente e mais
incisivo que Hugo Sousa, e dos mais do espetáculo, até conseguiu arrancar gargalhadas
mas nada de surpreendente.
Em seguida, Fanny Rodrigues (porquê? - pergunta vocês.
Provavelmente porque, os produtores do espetáculo quiseram apelar ao publico de
Reality Shows. A única justificação que vejo e estou a esforçar-me muito para
perceber), a ex-concorrente da casa dos segredos, acabou por surpreender sendo
uma das menos más (o que diz muito sobre este Roast). O que se destaca na sua
intervenção é o seu tom de voz. A certa altura, eu fiquei em dúvida se aquilo
era no campo pequeno, ou no Teatro Maria Vitória porque mais parecia um teatro
de revista, só que sem a música (de qualidade, o talento e a capacidade de fazer
o público rir).
Em quarto na ordem de entradas foi Alexandre Santos, o
humorista conhecido por fazer de guna no filme estrondo. Teve uma das melhores intervenções
da noite, conseguindo arrancar algumas gargalhadas, mas muito longe daquilo
que se esperava dele tendo apenas uma boa intervenção pela fraca qualidade das
outras e não por seu mérito de genialidade.
Em seguida, Fernando “Macaco” Madureira (Porquê!? Só por
causa daquele vídeo, dizem vocês? Provavelmente, respondo eu. Francamente nesta
altura eu já estava ansioso pelo final, e não quis nem quero arranjar uma
justificação para este ter ido, apenas vamos aceitar que ele foi). Quanto à sua
intervenção, Fernando Madureira é como todos os lideres de claque, um grunho,
por isso a sua intervenção foi penosa e felizmente rápida, porque piada ainda
estou a tentar encontrar. Mas também é de perceber que é a sua primeira vez
nestas andanças, mas eu acho melhor ele dedicar-se a liderar a claque e o Canelas,
onde ele é bem mais competente.
O sexto foi Jorge Kapinha (porquê? Deixem de tentar encontrar
a lógica, apenas convivam com a ida dele). A intervenção foi fraquinha, apesar
de ele ter mostrado muito à vontade, foi muito sem graça, e não me conseguiu interessar em nada.
A última intervenção
dos convidados foi Gilmário Vemba (Quem? E Porquê?- A primeira é fácil ele é
um humorista angolano que pertence ao grupo Os Tuneza (que se quiserem saber mais, pesquisem), a segunda provavelmente para haver espaço às piadas com José Castelo
Branco e pénis de africanos. Dou-vos agora uns momentos para pensarem numas
quantas). Agora que já pensaram nas piadas, e se quiserem podem fazê-las nos
comentários deste artigo, vamos à intervenção dele, que foi boa. Recordando que, em comparação com o espetáculo todo, que foi muito fraquinho, o africano
esteve bem, as piadas que trazia pareciam ser de qualidade mas o nervosismo que
demonstrou estragou tudo.
E por fim o homenageado da noite falou, José Castelo Branco,
com a sua persona de sempre sem piada nenhuma, com os trejeitos e piadas
habituais apenas conseguiu nada, sinceramente. Ele foi, destacadamente, a pior
intervenção da noite com piadas a descer a níveis negativos e terminado em
porcaria um horrível Roast, que acabou com ele/ela a cantar. Enfim o que é que se
pode fazer, há casos assim.
Os Roast’s parecem estar na moda em Portugal, e já tivemos
alguns bons, como o de Toy ou o da SIC Radical, por exemplo, mas este foi algo
de horrível para além de praticamente só estarem lá figuras publicas, que não humoristas. Os que lá estavam pareciam desconfortáveis e talvez com algum receio do
grupo que estava montado para aquele espetáculo não lidar bem com o que seria
dito.
Há muito tempo que se discute o regresso de programas de
humor, à TV portuguesa e os canais parecem querer apostar nisso, com o regresso
do Levanta-te e RI, o 5 Para a Meia Noite, ou, claro está, o Gente que não Sabe
Estar. Apesar destas apostas provarem serem boas para os canais, o público
parece aclamar por mais, e sinceramente acho que tem que haver um filtro dos
canais em relação à qualidade do humor que apresentam. Sim, eu sei que o humor é
subjetivo, mas francamente há mesmo alguém que ache que este Roast foi algo de
espetacular?
Para concluir só dizer que este espetáculo não é mais que uma das inúmeras tentativas que José Castelo Branco tem feito, para voltar
a ter os holofotes da fama apontados para si, e sinceramente, acho que ele
infelizmente está a conseguir, porque a personagem que ele apresenta, daquilo que
eu me lembre, nada mudou, e para mim já perdeu toda a piada que tinha. Agora não
me parece mais que um desesperado pela fama, apesar de poder ter o direito de
ser como quiser, não me parece que esse seja o caso.
Francisco Gomes 14/08/2019
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