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Bolsonaro, a ave rara da Amazónia e a vaca da pradaria

Bolsonaro, a ave rara da Amazónia e a vaca da pradaria

Num momento em que Portugal já está a abrandar na sua conversa sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas (que finalmente teve um fim, espero eu), chega-nos a 220 km/h, as afirmações de um presidente idiota. Não, não é de Donald Trump. Esse é só, e usando palavras fáceis para a compreensão dele, estúpido. De quem eu venho falar é de Jair Bolsonaro, que nestas últimas semanas tem estado muito na baila da comunicação social (não da nossa, claro), por tudo o que tem andado a acontecer no Brasil. Ora bem, eu vou tentar mostrar, neste artigo, o que ele anda a dizer e a fazer com o desmatamento da Amazónia e, mais recentemente, com o apoio dele às vaquejadas (que, e perdoem-me a minha ignorância, não sabia da existência deste tipo de coisa, a que eles chamam de tradição. Para quem não sabe, eu já passarei a explicar).

Muito bem, explicando um pouco a polémica Amazónia, o governo de Bolsonaro fez com que, no mês de julho, e só no mês de julho deste ano, a área sem mato crescesse quase 300%, comparando com o valor do mesmo mês de 2018. Só em julho deste ano a Amazónia já ficou sem mais de 2000 km², o que equivale a um terço do apresentado nestes últimos 12 meses (que para quem quer saber também, são cerca de 6000 km²). Bem, chocados com estes valores? Eu espero bem que estejam, senão é sinal que não têm coração e precisam de ir urgentemente ao médico. Mas não se preocupem, porque antes de vocês devia ir outra pessoa antes. Pois bem, primeiro, não sei como é que ainda há pessoas e organizações que continuam a ir buscar madeira à Amazónia. Segundo, não sei quem é que ainda continua a precisar de madeira da Amazónia. Vamos lá ver o seguinte, nós hoje vivemos numa sociedade avançada, que já tem tudo (ou quase tudo) o que quer ou queria ter (mais ou menos como umas crianças mimadas, não sei se me faço entender), por isso não sei qual é a ânsia de continuarmos a ter de ir a lugares que necessitam de ser preservados, buscar materiais que precisam, mais que tudo, de continuar lá (ou de onde é que pensam que vem o oxigénio? Para o senhor Bolsonaro deve ser do olho do… Peço desculpa). Nós hoje já vivemos com o reciclado muitíssimo bem. Se precisamos de papel, vamos buscar ao reciclado. Se precisamos de cartão, vamos buscar ao reciclado. Se precisamos de lenha para o inverno, não, não vamos buscar ao reciclado, mas temos tantas outras maneiras de nos aquecermos (ALÔ, temos recursos naturais. Sol, vento. Acho que não preciso de dizer mais nada). Ok, também sei que este tipo de equipamentos possa ser um pouco caro (pouco caro é a favor), mas a partir do momento em que haja mais procura relativamente a estes materiais, os preços vão passar a diminuir (o mesmo digo dos carros elétricos). Voltando à Amazónia, não são só as árvores que precisam de ser preservadas. Os animais que lá vivem, os indígenas que ainda têm colónias neste lugar, também precisam de local onde ficar, e não é num descampado que estes seres vão sobreviver. O tradicional é isto não as ordinarices e os maus tratos que o ser humano faz aos animais.

E por falar em tradições, Bolsonaro voltou a ser idiota quando disse que apoiava as vaquejadas. Claro que ele disse isso, ele esteve presente numa. Para quem não sabe, a vaquejada é uma coisa na qual dois vaqueiros, montados a cavalo, têm de derrubar um boi, puxando-o pelo rabo. Acho que não preciso de dizer mais nada. Mas vocês podem dizer, “Então, mas oh André, isso é muito mais brando do que a tourada. Porque é que estás a embirrar com o homem?” (se ninguém perguntou, não faz mal também). É certo que considero a vaquejada um pouco mais branda do que uma tourada, mas não é por isso que ela deva ser praticada. Existem maus tratos a animais na mesma. Ou também me vão dizer que matar um pessoa com uma bazuca é diferente do que matar alguém com uma faca. O método é diferente, mas o fim é o mesmo. A vaquejada, a tourada, aqueles eventos em parques aquáticos em que o animal tem que fazer o que os turistas acham graça, têm de acabar. Em pleno século XXI, já ninguém devia estar a ter este tipo de discursos, já não precisávamos de avisar as pessoas o que é certo e o que é errado. Este tipo de coisas faz parte da evolução humana, senão ainda estávamos a viver em casas de pedra, sem cimento nenhum ou qualquer tipo de revestimento. Ainda estaríamos a andar a pé, ou de burro ou a cavalo. Estas coisas simples, ao desaparecerem trazem novas coisas à sociedade, e é isso que a evolui. E só um aparte senhor Bolsonaro, não me venha dizer que é contra o grupo do politicamente correto, senão eu e os restantes membros deste blog, vamos ser obrigados a mudar de nome, porque eu não quero estar no mesmo grupo que o senhor. Apesar de sermos Politicamente Incorretos, aceitamos qualquer tipo de pessoa, coisa, tradição, desde que seja aceitável para todos.

Espero sinceramente que este tipo de acontecimentos desapareça por completo, porque não vamos ser nós quem vai sofrer com estes acontecimentos, vão ser as nossas gerações futuras. Quanto à Amazónia, espero sinceramente que os governos de todos os países (ou pelo menos a sua esmagadora maioria) possa usar os recursos alternativos e naturais. Quanto aos eventos que são chamados de tradição, espero que a sociedade encontre alternativas para se entreter. Joguem consola à vontade que não são os videojogos que fazem mal às pessoas, pois não me lembro de na altura em que os senhores Bolsonaro, Trump, entre outros artolas, existirem consolas.

Eu sei que como a Internet é muito grande a minha opinião não vai ser muito lida, mas espero que consiga mudar algumas mentalidades que acham que o abuso e os maus tratos continuam a ser aceitáveis. Vamos mudar. Temos de mudar.




André Ferreira                                19/08/2019

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